Nestes tempos modernos o que não falta é mídia para divulgar seu produto ou serviço. Antigamente, havia opções que eram possíveis de contar utilizando os dedos das mãos. Naquela época era mais difícil vender, pois o apelo mercadológico era restrito.
Depois do advento da televisão e de outros meios eletrônicos, a coisa mudou bastante. Hoje, existe desde a internet até o telefone celular, passando pelos painéis eletrônicos e até os carros da frota da seguradora Porto Seguro; tudo virou mídia. No Metrô, até as catracas já entraram na dança.
Enfim, expor um produto ou um serviço está cada vez mais fácil e com isso, buscar a preferência na cabeça do consumidor também.
Se vender parece que ficou mais fácil, receber por esta venda também não está tão difícil assim.
Uma recente pesquisa já publicada nos principais meios especializados, feita pelo Instituto Fractal, em que foram entrevistadas mais de três mil pessoas em 8 cidades diferentes (Rio, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Salvador, Curitiba, Ribeirão Preto e Campinas), revelou que os brasileiros mais pobres, que dependem essencialmente do parcelamento para realizar seus sonhos de consumo, afirmaram que estes carnês são pagos imediatamente depois que são saldadas as contas de luz e água.
Nada mal para uma faixa da economia que está nas classes C,D e E da classificação Brasil, consideradas as bases da pirâmide de consumo. Assim, depois de quitadas as contas de luz, água e financeira, vem o telefone fixo, o celular, o cartão de crédito e o empréstimo bancário. Se após tudo isso ainda sobrar algum dinheiro, paga-se aluguel, condomínio, mensalidade escolar e IPTU.
Desta forma, para os consumidores de menor poder aquisitivo, essencial mesmo é ter luz e água em casa e crédito na praça. Já, para quem opera cartão de crédito ou aluga imóvel, administra condomínio ou tem uma escola particular, a situação não é tão cômoda.
Esta informação é muito importante para o profissional do varejo em sua campanha, pois pode trabalhar junto ao consumidor um planejamento de sua compra, de maneira que o ajuste esteja mais determinado ao “pode pagar quanto” do que o montante de parcelas a serem financiadas.
Já para quem quer investir em imóveis ou abrir uma escola, é um momento de reflexão.
Jacques Miranda é consultor em comunicação