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Operações de crédito estão paradas

Guarulhos, 15 de maio de 2002

A procura por crédito em 2002 está crescendo menos comparada a anos anteriores, segundo dados do Banco Central. Em março de 2001 o volume total de crédito era de R$ 335,8 bilhões. Em março deste ano, chegou a R$ 335,5 bilhões. Apesar de a indústria ter solicitado neste ano 10,9% a mais de dinheiro na forma de créditos, num total de R$ 100,4 bilhões, contra R$ 90,6 bilhões tomados no ano passado, diminui a velocidade de crescimento.

Pessoas físicas – Os empréstimos solicitados por pessoas físicas subiu 18% em março de 2002 comparado ao mesmo período de de 2001 (R$ 66,9 bilhões contra R$ 79,5 neste ano). Mas esse crescimento, de acordo com o Banco Central, é muito inferior ao registrado em outros anos, quando a variação chegou a 60%. “O volume emprestado parou de subir”, diz Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo. Para Alfieri, o próprio consumidor está pondo o pé no freio, comprando mais à vista. Outra redução nos pedidos feitos foi verificado no comércio. Em março de 2001, o comércio pediu R$ 33,3 bilhões emprestados na forma de crédito. Neste ano foram R$ 33,3 bilhões, apenas 7,4% a mais. Na opinião de Alfieri o crescimento mais lento da demanda tem origem em dois fatores: os juros altos e a inadimplência.

Comércio – O baixo volume de dinheiro emprestado afeta diretamente o comércio, que depende do crédito. “O que não está acontecendo”, segundo Alfieri.” O aumento da inadimplência foi responsável pela redução em 55% do volume de recursos doados ao setor de habitação. Por ser um tipo de crédito de longo prazo os bancos reduziram o volume desde janeiro. Mas o impacto dos juros também influenciou.

Impacto – O impacto das taxas de juros sobre o custo do capital de giro da indústria é o tema do estudo que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo divulga hoje. O estudo foi feito em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas.

Roseli Lopes