Não foi preciso ouvir a lição dada pela grande democracia de nosso tempo, ensinando ao mundo o que é ser democrata. Barack Obama foi eleito pelo mundo presidente dos EUA e deu ele uma lição de filiação democrática; filiação à democracia e respeito aos cânones democráticos. Em suma, adesão integral à democracia tal qual definida por Abraham Lincoln.
A democracia não é o que pensamos que seja, nem o que supomos que possa ser, mas sim respeitando integralmente os direitos humanos, observados em sua integridade retórica, com respeito aos princípios constantes do seu decreto. Pequeno pelo número de palavras e grande pelo significado delas.
Barack Obama nunca pensou em ser presidente dos EUA, mas agora é, podendo realizar uma obra inédita, a fusão do norte e do sul dos EUA. Na maior harmonia possível, em época de crise violenta, os americanos foram às urnas. Agora, é trabalhar para pôr os EUA em ordem, depois da crise financeira violenta que assola o mundo.
Que a grande democracia do Tio Sam continue a dar lições ao mundo, como as que deu no passado. Os EUA são um exemplo mundial de democracia, que não precisa de exemplos para situar-se entre as nações democráticas do mundo. Todas as nações procuram dar exemplo de como governar e falham no curso dessa famigerada propensão, por um motivo muito simples.
Quando quebrou seus laços com a Inglaterra, os norte-americanos viram-se incapacitados para dar guarida a um Estado que representasse ao mesmo tempo o povo americano – e todas as raças que ali foram acolhidas – e seu inabalável respeito à lei como fundamento do Estado. Dessa simples receita saiu a grande democracia americana, onde todos têm direitos e deveres iguais, que devem ser respeitados igualmente; cada cabeça é seriamente acolhida pelo principal livro do país, a Constituição Americana.
Leia-se a vasta literatura sobre a formação do Estado americano de levar-se-á em conta o que é uma história dos povos na formação de um Estado americano, como se vê nos autores de The Federalist. Os discursos de Abraham Lincoln sintetizam tudo o que entendemos por democracia nos EUA, que são uma perfeita conjunção humana sobre o Estado todo poderoso – legalmente falando.
João Scantimburgo é membro da Acadêmia Brasileira de Letras