O câmbio das relações com o sucesso
No início da década de noventa, um novo modelo de gestão “COLLORIDO” provocou a queda do protecionismo local. Com muito gel no cabelo e “Mont Blanc” no bolso, a era COLLOR, rompeu sem avisar um sistema empresarial movimentado e alimentado com as sucatas dos outros. Quem não se lembra da referência feita à indústria automobilística como produtora de carroças… Bem. não estamos aqui para relatar os momentos sub- sequentes da gestão “Collorida”, mas apenas relembrarmos que doze anos se passaram, profundas mudanças ocorreram, grandes empresas foram transferidas de mãos, outras desapareceram, o governo passou boa parte dos seus negócios para o setor privado e o meu filho de 16 anos só quer saber de ficar. Mudou muita coisa, Metal Leve, Cofap, Mappin, Mesbla, Garoto, empresas antes tidas como referências, simplesmente desapareceram e, engolidas ou não, fazem parte do orgulho nacional de terem sido brasileiras.
Na última década perdemos nossa capacidade de produzir para os outros, passando a um conceito global de produzir com os outros. Naturalmente, como sempre fomos dependentes dos recursos de terceiros, a melhor idéia é a de quem paga a conta… e assim como um povo comportado acabamos por ficar globalmente vinculados à algumas centenas de megas-corporações, aquelas do tipo “DO BRAZIL”. Nesta última década, pouco fizemos em tecnologia e ainda perdemos aquelas que detínhamos e infelizmente representamos um grupo que sobrevive como subsidiária produtora de grãos para processamento externo. A triste realidade é que globalmente somos apenas um potencial mercado dentro de um país forte em recursos, porém sem a autoconfiança para aproveitá-Ios.
Tanto falamos em mundo global e o máximo que conquistamos foi uma segunda língua. Existe um grande e potencial mercado lá fora, mas é preciso buscá-Io, é preciso entender que ele se encontra em mundos muitas vezes piores do que os nossos e que portanto são por nós desconhecidos. As oportunidades só se realizam quando praticadas de fato. É nosso dever e nossa salvação juntarmos esforços para produção de objetivos nacionais que ultrapassem os bolsos individuais em prol da construção de um País que seja o orgulho dos nossos filhos.
Sérgio Dal Sasso – Consultor de expansão de negócios do Grupo Moeda