Novo SPB reduz volume de negociação de títulos
Um dos motivos para as dificuldades do Banco Central em vender títulos públicos para o mercado é o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), que entrou em vigor no dia 22 de abril. Com o novo SPB, ficou mais difícil para os bancos que compram títulos do governo negociá-los depois no mercado secundário,ou seja revendê-los para outros bancos.
O novo sistema criou exigências técnicas que dificultam a operação. Na negociação tradicional por telefone, os bancos agora não usam mais intermediários (brokers) mas sim uma conta corrente criada pelo sistema para a intermediação, chamada conta de brokerage.
Mas os bancos que tomam dinheiro emprestado com outras instituições de um dia para o outro ou ao longo do dia – prática comum no mercado – não podem usar essa conta de brokerage. Ou seja, diminui, e muito, o número de participantes que podem negociar títulos.
Venda do Sisbex é outro entrave – Na negociação eletrônica via Sisbex – sistema criado pela Bolsa do Rio para os títulos públicos – há um outro entrave. O Sisbex foi adquirido pela Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), mas, até agora, a instituição não conseguiu criar uma câmara de compensação para o sistema, o que emperra as negociações.
Para se ter uma idéia da redução nos negócios com títulos do governo, em abril, o volume médio negociado com papéis pós-fixados foi de R$ 2,74 bilhões diários. Nos últimos dias, esta quantia mal chegou a R$ 20 milhões.
Luciana Rodrigues