Na sua opinião, o SPB pode afetar o pequeno varejo de modo grave porque essas empresas não possuem o sistema de fluxo de caixa totalmente informatizado, ao contrário do que ocorre com as grandes redes. “Além de complicado, controlar o caixa e gerenciar com antecedência o pagamento de dezenas e até centenas de faturas por dia manualmente tornou-se um risco ainda maior para a saúde financeira de supermercados, padarias, bares e mercearias”.
Mas, de acordo com a área de Pesquisa e Planejamento Estratégico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as micro e pequenas empresas não deverão ser afetadas, pois poucos cheques emitidos por empresas desse porte devem ultrapassar R$ 5 mil – os acima desse valor deverão ser tarifados pelos bancos. No Estado, existem 1,3 milhão de micro e pequenas empresas. “Desse total, 83% são microempresas que têm faturamento até R$ 244 mil por ano”. A informação é de Pedro João Gonçalves, economista da entidade.
Miguel de Oliveira , vice presidente da Associação dos Executivos de Finanças, Administração e Contábil (ANEFAC) acha que, com a recente flexibilização anunciada do aumento do piso de R$ 5 mil para R$ 5 milhões para compensação on line, apenas as grandes redes de varejo poderão vir a ter problemas com seus fornecedores,” embora devam existir negociações, que solucionem os problemas”.
Sakaguchi alerta que, na prática, o pequeno varejo pode passar pela situação de aguardar pela compensação de cheques abaixo de R$ 5 mil emitidos por clientes, enquanto terá de dispor do dinheiro em sua conta para efetuar os pagamentos aos seus fabricantes (em valores superiores a R$ 5 mil). “Se não estiver preparado para essas mudanças, o varejista poderá comprometer o seu fluxo de caixa.”
Na opinião de Marco Paiva, diretor superintendente das 174 lojas da rede da Drogaria São Paulo, o novo sistema não deve causar impacto sobre o seu negócio, porque 85% dos pagamento são feitos a dinheiro e o restante em cartões de débito ou crédito. ” Com o dinheiro de reserva faremos o pagamento dos nossos fornecedores, sem enfrentar nenhum problema de caixa”. Da mesma opinião é Martinho Lopes Moreira, dos Supermercados D Avó , “quase todas as nossas vendas são feitas a dinheiro ou com cartões. Em casos extremos, haverá negociação com os fornecedores”.
Celia Moreira