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Novo golpe: clonagem de cheques. Saiba como se prevenir.

Já se sabe o mais novo golpe que os gatunos estão dando em clientes de banco: é a clonagem de cheques. A polícia desconfia que a partir de uma matriz, os bandidos consigam fazer vários clones.

Há registros de uma ocorrência deste tipo. A vítima foi surpreendida ao perceber que três cheques de alto valor, que não foram emitidos por ela, haviam sido compensados em sua conta corrente. O estranho é que o talão com os originais dos cheques falsificados ainda estava em seu poder. O banco assumiu a responsabilidade ao perceber que, através de análise minuciosa, os cheques falsos eram de cor mais clara que o original.

“Por ser um golpe muito novo, ainda não sabemos com riqueza de detalhes as técnicas empregadas ou se é possível fazer vários clones de um mesmo cheque”, diz o delegado Manoel Camassa, titular da delegacia de estelionato do DEIC, em São Paulo, que está investigando o assunto.

Houve outros casos em que apenas um cheque foi adulterado. Pode ser uma falsificação simples, daquelas em que o larápio altera o valor do cheque. De qualquer forma, a clonagem de cheques ainda não é uma epidemia como a dos cartões de crédito. Por isto, não há números e estatísticas sobre o golpe. Mas, na avaliação do delegado, o número de ocorrências tende a crescer. Por enquanto, todo o cuidado é pouco e há meios de se prevenir contra estes crimes. A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) recomenda vários cuidados aos clientes. O delegado Camassa falou ao ONNEWS sobre o assunto e como os falsificadores usam a tecnologia para lesar pessoas. Também deu dicas de como se precaver.

Clonagem

As quadrilhas têm fácil acesso aos instrumentos para clonagem de cartão de crédito ou de cheques, diz o delegado.

Maquinas magnetizadoras, impressoras de última geração e matéria-prima (como cartões virgens) podem ser compradas facilmente.

A maior dificuldade é conseguir as informações necessárias para reproduzir o documento.

Os criminosos usam algumas artimanhas para obter um cheque original com a assinatura do titular.

Em um dos métodos, os criminosos observam se uma pessoa que está num estabelecimento comercial faz o pagamento com cheque.

Alguns minutos depois, o criminoso vai ao mesmo estabelecimento dizendo-se funcionário daquele cliente.

Explica ao vendedor que por distração, o cheque que ele recebeu é de uma conta desativada ou sem saldo e se oferece para trocá-lo por dinheiro. Os comerciantes geralmente aceitam a oferta sem pensar duas vezes.

Uma vez que a quadrilha tenha em seu poder o cheque original assinado, o próximo passo é fazer a reprodução. A polícia está investigando com qual tecnologia os bandidos trabalham.

Camassa desconfia que algumas quadrilhas mais sofisticadas conseguem fabricar um talão de cheques, usando impressoras e o mesmo tipo de papel utilizado pelo banco. A tecnologia é parecida com a de falsificação de dinheiro, tíquetes refeição e passes de ônibus.

A assinatura também pode ser reproduzida através de impressão ou por falsificação manual. Isso também está sob investigação.

Em outros casos, os criminosos, ao invés de clonar o cheque, vão fraudá-lo, alterando o valor do documento.

No caso da clonagem dos cartões, para obter os dados da vítima, os criminosos aproveitam o péssimo hábito que as pessoas têm de entregar o cartão aos garçons ou frentistas de posto de gasolina, que farão a cobrança longe de nossos olhos.

Neste intervalo, um cúmplice dos falsários tem tempo para registrar todos os dados necessários para fazer a clonagem.

Algumas precauções podem evitar este tipo de golpe

Prefira usar dinheiro a cheque ao comprar em camelôs, ou pagar taxistas e postos de gasolina. Por mais confiáveis que sejam, eles poderão repassar seu cheque para terceiros.

Lembra do golpe da tinta de caneta que apaga? Pois, é. Ele está novamente na moda. Na dúvida, preencha o cheque com sua própria caneta.

Com esta caneta, o golpista consegue adulterar o valor de seu cheque utilizando um solvente específico que reage apenas com a tinta da caneta.

Cruze o cheque e faça-o nominal à empresa ou pessoa que irá recebê-lo. Assim você evita que ele seja repassado a terceiros.

Pouca gente sabe disso, mas você pode escrever atrás do cheque todas as informações que julgar importantes. Por exemplo, ao pagar o condomínio, escreva no verso da folha de cheque “pagamento de condomínio do mês de janeiro de 2002, no valor de R$ 200,00, à administradora XYZ.” Assine embaixo da descrição.

Quanto mais detalhes melhor. Tornará ainda mais difícil a ação dos bandidos .

No caso dos cartões, não permita que seu cartão de crédito seja levado para longe de seu raio de visão.

Evite pagar com cartão de crédito ou cheque despesas pequenas em locais desconhecidos.

Golpes na internet

Os golpes na rede são tecnicamente mais difíceis. Uma das poucas maneiras de realizar este tipo de golpe é tendo acesso à senha de banco da vítima ou aos dados do cartão de crédito. Por isso, prevenir-se é a melhor maneira de não se tornar vítima.

A maioria dos bancos já criou mecanismos para evitar este tipo de fraude. Um deles é proibir a criação de senhas eletrônicas pela rede. O usuário que quiser criar sua senha de acesso para realizar transações na Internet precisa ir a um caixa eletrônico e, só com a leitura do cartão do banco, a senha poderá ser criada.

Medidas preventivas

Evitar este tipo de golpe está na mão do internauta. Basta ser cuidadoso e só fazer compras ou informar dados confidenciais em zonas seguras da rede.

Compre em sites conhecidos e verifique se a área em que você irá fornecer suas informações possui na lateral direita inferior da tela o cadeado, símbolo de zona de segurança.

Nunca envie dados confidencias, como número de documentos, conta corrente ou cartão de crédito por e-mail.

Golpes com o celular

Venda de carros zero – Um dos primeiros golpes realizados através de telefone celular foi o da venda de veículos novos. A oferta era anunciada em jornais de grande circulação.

Havia dois números de telefone para contato. Um fixo e outro celular. O fixo sempre estava desligado. Pelo celular, a identificação fica mais difícil.

Os criminosos passando-se por representantes de uma concessionária ou da própria montadora solicitavam todos os documentos do interessado, pelos Correios.

Depois disso, a transação era feita através de notas e documentos frios. A primeira parcela do pagamento era depositada numa conta movimentada pelos golpistas. A vítima nunca mais via o dinheiro.

Empréstimos – Outro golpe que se tornou comum é o do crédito fácil. Através de anúncios em jornais ou faixas e placas espalhadas nas ruas, a quadrilha oferece empréstimos sem burocracia. Para contato, só telefone celular. Os criminosos também solicitam cópias de todos os documentos do interessado, via Correios, e a vítima envia sem pestanejar.

Assim, os criminosos criam uma espécie de banco de dados com os xerox de documentos das vítimas. No futuro, eles servirão para abrir contas fantasmas ou para clonar e falsificar CPFs e RGs. Quando a vítima liga para saber sobre a liberação do empréstimo, recebe a informação de que o dinheiro já está liberado.

O problema é que não está. Para enganar as pessoas, a quadrilha faz um “depósito” da primeira parcela na conta bancária da vítima.

Acontece que o depósito é feito no caixa eletrônico, com um envelope vazio ou através de um cheque roubado, que não poderá ser compensado. A máquina emite um comprovante a partir do valor informado pelo criminoso no caixa eletrônico, ou o cheque roubado aparece no extrato da vítima.

Os criminosos pedem para que a vítima deposite em uma conta 5% do valor do empréstimo como garantia, mais uma taxa de serviço.

Quando a pessoa vai sacar o dinheiro do empréstimo, vai perceber que os recursos não caíram na conta e, os criminosos, já estão longe, aplicando novos golpes em outra praça.

Como evitar este tipo de golpe.

Evite transações à distância, principalmente quando se tratam de empresas ou pessoas desconhecidas.

Para pedir dinheiro emprestado, vá ao banco ou a uma financeira. Nunca faça negócio com empresas desconhecidas. Você poderá cair na mão de golpistas.

Desconfie de pessoas que se dizem funcionários de seu banco, da Sabesp, Eletropaulo, etc. Cheque se é verdade que a instituição está mandando alguém bater à sua porta ligando para a empresa antes de fornecer qualquer informação sobre você ou sua família.

Márcia Abos, do site OnNews.

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