Nova regra cambial do BC será válida para todos os bancos
Caso o Banco Central resolva flexibilizar as regras de exigência de patrimônio mínimo dos bancos para a cobertura das operações com moedas estrangeiras, as mudanças serão válidas para todas as instituições financeiras. A declaração foi dada pelo secretário do Tesouro Federal, Joaquim Levy.
A autoridade monetária vem analisando a medida a pedido do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Com as alterações, o banco oficial vai obter maior capacidade para realizar empréstimos, sem a mudança de sua atual estrutura patrimonial e sem necessidade de entrada de recursos do Tesouro.
Se confirmadas pelo BC, as mudanças vão permitir ao banco oficial aumentar seu programa de empréstimos em R$ 7 bilhões a partir do próximo ano. De acordo com Levy, se existir um processo de melhoramento das regras, isso será aplicado a todos sem exceção.
Segundo o secretário, o BNDES irá tomar providências uma vez que seu balanço foi sofrendo alterações no decorrer do ano, e é importante que passe a adotar a partir de agora mecanismos que neutralizem esse impacto – o que não quer dizer que o governo estará produzindo diversas regras para o banco.
Na avaliação de Levy, o BNDES “não precisa disso”, já que ele “tem muito mais dentro dele para estar precisando de regras e facilidades do Banco Central”, afirmou Levy.
Pelas atuais normas do Banco Central, uma instituição que realizou empréstimo em determinada moeda estrangeira precisa cobrir a operação com garantias na mesma moeda, ou ter capital equivalente à metade do valor do empréstimo.
A alteração em estudo pela autoridade monetária beneficia especialmente o BNDES, pois o banco costuma captar recursos em diversos países para emprestar a tomadores nacionais. Com a mudança nas exigências, a instituição de fomento teria de manter um volume menor de garantias para a cobertura das operações.
Além disso, Levy comentou que as regras de exposição cambial dos bancos sempre são analisadas pelo Banco Central. Ele também acrescentou que, há um ano e meio atrás, houve necessidade de endurecer essas regras devido à elevada volatilidade cambial.
Joaquim Levy esclareceu que o BNDES não tem posições em câmbio, mas sim ativos e passivos de longo prazo em diversas moedas estrangeiras.