ACE-Guarulhos

Nos bancos, os juros comerciais ainda não cederam

As empresas que tomarem empréstimo neste mês vão pagar juros semelhantes aos cobrados pelos bancos no mês passado, e também em fevereiro. Apesar de o Banco Central, BC, ter baixado a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto percentual, as instituições financeiras têm optado pela manutenção das taxas em suas operações de crédito voltadas para as empresas.

Variação – Os juros mensais mostram uma variação entre 2,2% a 5,8%, dependendo do tipo de crédito solicitado e do prazo para o pagamento da dívida, conforme pesquisa feita pelo Diário do Comércioontem. Os porcentuais ainda estão altos se comparados à atual situação econômica do País, na opinião de Haroldo Guimarães, economista da Góes & Consultores. Para ele, não há motivos para que as taxas de juros não acompanhem a redução da Selic.

Inadimplência -A inadimplência é apontada por Guimarães como um dos motivos que têm levado os bancos a manter uma postura de cautela em relação às taxas nas operações de crédito. Especialmente porque este tipo de empréstimo é para prazos mais longos e, portanto, o risco é consideravelmente maior também. O número de falências requeridas, um termômetro da inadimplência entre empresas, voltou a apresentar uma ligeira elevação em 2001. No primeiro trimestre do ano, o volume de pedidos registrou uma alta de 18,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

Maior prazo -As instuições financeiras não explicam por que as taxas, apesar da redução da Selic, continuam nos mesmos patamares. A Caixa Econômica Federal, por meio de sua assessoria de Imprensa, informou que o banco estuda a possibilidade de reduzir os juros cobrados atualmente. Mas não indicou um prazo para que isso aconteça. O Bradesco, onde as taxas para operações de desconto de duplicatas e para capital de giro podem chegar a 5,8% ao mês, não definiu ainda se promoverá reduções das taxas cobradas em suas operações de crédito. A Nossa Caixa também não estipulou qualquer prazo para que as taxas sofram redução.

Prazo maior – Em vez de reduzir as taxas alguns bancos têm optado por ampliar os prazos para os pagamentos e aumentar os limites. Este é o caso, por exemplo, da Caixa Econômica Federal. No empréstimo para capital de giro, o limite, que era de R$ 5 mil em fevereiro, passou para R$ 10 mil em março. O prazo de pagamento passou de 60 para 90 dias.

Roseli Lopes

Sair da versão mobile