Nem Jennifer López salva o drama Olhar de Anjo.
Seus fãs ficarão decepcionados com a história que, de tão comum e sem sal, nem merecia tornar-se um longa-metragem.
López interpreta Sharon Pogue, uma policial esforçada e corajosa. A dedicação de Sharon ao trabalho não lhe deixa espaço para uma vida pessoal. Ela está afastada da família há anos. Sem ligação também com a vida em geral, a policial preenche seus dias com trabalho e suas noites com seus remorsos particulares.
Durante uma ocorrência num bairro perigoso ela entra numa emboscada, mas é salva por um homem misterioso e bonitão cconhecido como Catch (James Caviezel). É aí que ela começa a envolver-se com o estranho, mas este não quer revelar seu passado, escondendo mistérios sobre sua vida.
Tudo para ele é o momento. O passado não faz parte de sua vida, ficando completamente esquecido. A única coisa que ele faz é perambular pelas ruas, tentando fazer alguns atos de bondade, como fechar o vidro do carro de estranhos e fazer supermercado para uma senhora que está numa cadeira de rodas.
Apesar de todas estas manias estranhas, o homem misterioso chama a atenção da policial, que encontra nele uma boa companhia. Cansada de encontros com homens que não entendem sua vida chata e dedicada exclusivamente ao trabalho, Sharon passa a encontrá-lo, e os dois dão início a um romance, apesar das particularidades pouco convincentes de cada um.
O filme dramatiza fatos e tenta, sem sucesso, gerar crises existenciais. A história nunca chega ao ápice, e o mistério que envolve os dois personagens principais, é ridiculamente revelado logo na primeira cena do filme. Não é possível entender porque o roteiro toma ares de mistério, uma vez que o grande suspense da trama é tão óbvio.
A produção é um apanhado de equívocos e dramas banais, tão rasos, que nem mesmo as formas voluptuosas de Jennifer López valem o preço do ingresso.
