Os números apresentados pela consultoria argentina Tendências Econômicas são cinzentos: 65 mil trabalhadores perderam o trabalho no mês passado. Somente no primeiro trimestre do ano foram 170 mil demissões. Já um estudo da Federação de Câmaras e Centros Comerciais da Capital Federal (Fedecâmaras) aponta que cerca de seis mil empreendimentos comerciais, em todo o país, fecharam suas portas na primeira semana de abril, e a cesta básica de alimentos aumentou 8% neste mesmo período.
A Fedecâmaras informa ainda que 1.200 negócios fechados eram baseados na província de Buenos Aires; 700, na capital federal; 600, em Córdoba; 500, em Santa Fé; 400, em Mendoza; e 300, nas províncias do Noroeste e Nordeste.
Outros dois mil negócios foram fechados em diversas partes do país. O presidente da Fedecâmaras, Rubén Manusovich, disse que o aumento dos preços para os atacadistas foi de 32% . “A defasagem é letal, já que nenhum comerciante pode repassar estes custos ao consumidor e, por isso, acabam fechando suas portas”, reclamou. Manusovich informou que 250 mil pessoas já perderam seus postos de trabalho neste ano. Este número envolve não só os comerciários, mas também os pequenos proprietários.
O levantamento feito pela Fedecâmaras aponta ainda para o aumento de 20% da cesta básica no mês passado, enquanto que em abril já foi registrado um aumento de 8%. Dentre os produtos da cesta básica argentina que mais subiram encontram-se o óleo de milho (14%); a farinha de trigo (13%); as ervilhas em conserva e o leite (12%); a maionese (11%); o óleo de girassol com óleo de soja, e a laranja (10%); o queijo (9%); a alface (7%); o salsichão (6%); o tomate e a cebola (5%); o pão e o café (4%). Ele denunciou também que há desabastecimento de produtos alimentícios e de artigos de limpeza.
Marina Guimarães