O “spam”, aquele e-mail não solicitado e que inferniza a vida dos internautas, vai ocupar 35% da capacidade de transmissão de dados no Brasil até o final do próximo ano. A previsão é da Associação Brasileira de Provedores de Internet (Abranet), a entidade que reúne os provedores de internet.
O problema é mundial. Estudo divulgado pela International Data Corporation (IDC), empresa de pesquisa do mercado de tecnologia, estima que em 2006 o volume de spam circulando pela Web pode chegar a 31 bilhões por dia. Ou seja, pouco mais da metade do total de 60 bilhões de mensagens eletrônicas enviadas diariamente.
“É uma luta sem fim”, reclama Roque Abdo, presidente da Abranet. Os provedores, que bancam os custos de criação e manutenção da infra-estrutura de transmissão, fazem de tudo para evitar a invasão do espaço. Instalam filtros e proíbem seus usuários de enviar um volume muito grande de mensagens, por exemplo. Sem grande sucesso. As mensagens indesejadas continuam se multiplicando com o aumento das linhas de acesso rápido à internet e com a venda de bancos de dados de e-mails.
É impossível saber quantos spam circulam pela internet verde-amarela de raiva. Nos Estados Unidos, cada internauta recebe mais de 2.200 mensagens neste ano, segundo pesquisa da Jupiter Research. Número que pode pular para 3.600 em 2007.
Enquanto o mundo se mobiliza contra o spam, a questão ainda está sendo discutida pelas autoridades brasileiras. Por enquanto, a prática não pode ser proibida se a pessoa que enviar milhares de cópias de uma mensagem incluir uma forma de o destinatário remover seu endereço da lista de e-mail.
Os próprios provedores reconhecem, no entanto, que a simples criação de leis não é suficiente para inibir a prática. Para Abdo, da Abranet, a solução passará necessariamente pela auto-regulamentação dos provedores, com a criação de formas de combate ao envio das propagandas indesejadas. E, também, pela divulgação dos filtros existentes nos programas de navegação e envio de e-mails.