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Mulher é mais atenciosa com consumidor

Guarulhos, 21 de fevereiro de 2003

arteSucesso das empresas depende do equilíbrio entre os sexos. Apesar de não ser regra, na hora de atender o cliente, mulheres são mais calmas do que homens.

A soma da sensibilidade das mulheres e a capacidade administrativa dos homens pode ser fundamental para o sucesso da empresa. A união das forças deixa o ambiente de trabalho harmônico. E, para conseguir bons resultados, é necessário descobrir o melhor setor para encaixar sexo frágil e forte. “Há áreas que exigem profissionais detalhistas, minuciosos e organizados. Essas características são tipicamente femininas”, conta Shirley Domingues, gerente de valores humanos da Vitrotec, empresa paulista que fabrica, entre outros produtos, pára-brisas blindados para automóveis.

Shirley diz que o setor de montagem dos vidros, que exige limpeza militar e atenção aos detalhes, é formado só por mulheres. São 40 funcionárias. “Fizemos testes com homens, mas não deu muito certo”, afirma ela. Mas nos departamentos financeiro e de fornos, a presença masculina é maior. Dos 220 profissionais, 160 são homens. “Eles se dão bem nos cargos administrativos. São bons de planejamento e controle de finanças”, diz ela. Apesar de não haver regras, as preferências de cada sexo são facilmente identificadas. O sucesso, no entanto, vem do equilíbrio. “O toque feminino e a frieza masculina devem se complementar. Porém, isso não significa que existam incapacidades. O que existe são apenas as diferenças – pontos positivos de um e de outro – que devem ser observadas e valorizadas na empresa”, diz Marcelo Augusto Scalabrini, sócio-diretor da consultoria SL RH, de São Paulo.

Com atenção – No atendimento ao cliente a presença das mulheres é bem maior que a dos homens. Um dos motivos é a calma para lidar com o público. “Homem perde a paciência muito rápido. A mulher explica quantas vezes for necessário. E esse exercício é feito em casa, com os filhos e com o marido”, afirma Gisela Kelly Ferreira, gerente de treinamento da empresa de RH Dow Right, de São Paulo. Na empresa Softway, que presta serviço de telemarketing ativo e receptivo e tem cerca de três mil funcionários, a maioria são mulheres. Luciana Zabot, gerente de recursos humanos da Softway, conta que a mistura dos sexos é essencial. Ela diz que os homens são mais diretos nas vendas, menos emotivos, mais fortes e superam as frustrações com tranquilidade. “Eles recebem um “não” numa boa e têm momentos em que ter essa postura é importante”, diz ela.

As mulheres são mais agradáveis, estendem a conversa com os consumidores, são mais atenciosas e perfeccionista. “Isso, muitas vezes, é complicado, pois elas se cobram muito. Querem ter um bom desempenho sempre e têm dificuldade em lidar com as frustrações”, lembra Luciana. Outro ramo no qual as mulheres se dão bem é no de lojas. Empresários preocupados com a exposição correta dos produtos, limpeza, embalagem bonita e apresentação impecável têm, em geral, no comando da equipe gerentes do sexo feminino. “Elas são mais preocupadas com a imagem da empresa”, afirma Shirley, da Vitrotec. Por isso, a presença das mulheres é tão assídua em lojas que trabalham com jóias e roupas, mesmo as de peças masculinas. No segmento de lojas conveniências, os homens são a maioria. Agora, independentemente do sexo, o que se cobra hoje dos funcionários é competência, empenho e dedicação. “Com isso é possível superar as deficiências e o homem pode até se tornar mais organizado, por exemplo”, diz Scalabrini.

Cláudia Marques