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MP traz 26 bondades e vai custar R$ 1,53 bi ao governo

Guarulhos, 16 de junho de 2005

Bondades foram anunciadas em solenidade no Palácio do Planalto
 
Diário do ComércioO governo anunciou ontem um pacote de 26 medidas para dar uma injeção de ânimo na atividade econômica. A chamada MP do Bem corta tributos sobre investimentos produtivos, estimula a construção civil, as microempresas e o mercado de capitais. Com as medidas, o governo deixará de arrecadar R$ 1,53 bilhão este ano e R$ 3,31 bilhões em 2006. O pacote ainda não está completo. Outras medidas ainda serão anunciadas para beneficiar a população de baixa renda, desonerar investimentos em infra-estrutura e ampliar a lista de máquinas e equipamentos isentos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, disse que as novas propostas serão apresentadas na reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) no fim do mês. O governo quer reduzir os impostos dos bens de consumo popular e dos materiais de construção destinados a pequenas obras. “Precisamos desonerar os produtos do comércio formiguinha para pequenas reformas”, disse Furlan.

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, destacou que a perda de receitas no curto prazo será compensada com aumento da produção e das vendas, que elevarão a arrecadação. No futuro, afirmou Palocci, as receitas adicionais permitirão adoção de novas medidas. “Vamos eliminar todos os impostos sobre investimentos até o fim do governo Lula”, disse Palocci, empolgado pelas palmas do auditório, repleto de empresários.

Decretos – Além da medida provisória, o pacote inclui três decretos que serão publicados no Diário Oficial nos próximos dias. Um dos focos principais é estimular a comercialização imobiliária e fazer deslanchar um dos setores que mais empregam mão-de-obra, o da construção civil.

Os empreendimentos imobiliários que tiverem contas separadas da contabilidade das construtoras pagarão só 7% das receitas a título de impostos e contribuições. As receitas desses empreendimentos não serão consideradas na apuração do lucro consolidado. Com isso, a base de cálculo para cobrança de impostos será menor. Além disso, quem vender um imóvel residencial e utilizar o dinheiro para comprar outro não precisará pagar Imposto de Renda sobre a valorização do imóvel original.

Atendendo a insistente pedido da indústria, a MP do Bem antecipa, ainda, o cronograma de redução da alíquota de IPI para máquinas e equipamentos, eliminando a alíquota, hoje de 2%. A isenção estava prevista para o fim de 2006. “Acho que é uma medida salutar porque vai estimular os investimentos”, disse Palocci.

Os novos investimentos, cuja produção seja voltada principalmente para o mercado externo, serão isentos de PIS e Cofins. A compra de máquinas e equipamentos por empresas prestadoras de serviços na área de tecnologia da informação e desenvolvimento de software também será isenta de PIS e Cofins. Para garantir o benefício, 80% das receitas nos cinco anos que se seguirem também terão de ser geradas com a exportação de bens e serviços. Outra medida isenta de PIS e Cofins a venda de computadores de até R$ 2.500,00. (AE)