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Moda para surfe, skate e praia fatura R$ 7 bilhões

O clima tropical e a predominância da população jovem fazem da moda surf, skate e praia um dos segmentos mais promissores do varejo de confecção no País. São 26 mil estabelecimentos, desde lojinhas em frente à praia até redes de 23 lojas, que juntos faturaram R$ 6,9 bilhões no ano passado.

Só o Estado de São Paulo contribui com mais da metade deste mercado, com 15 mil lojas. Para este ano, a expectativa é repetir a performance de 2001 devido à desaceleração da economia observada nos primeiros meses do ano.

As informações são de Cecília Andrade, diretora da Waves, promotora das feiras 9ª Surf & Beach Show, 5ª Beach & Bikini Fashion Show e 4ª Streetwear & Skate Show, eventos que acontecerão entre hoje e a próxima sexta-feira, em São Paulo. Segundo ela, o Brasil já é o terceiro maior mercado do mundo neste segmento, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão. “Isso porque o País conta com mais de 2 milhões de praticantes de surf e skate. Além disso, cerca de 70% da população brasileira mora num raio de 100 quilômetros do litoral”, acrescenta Cecília.

Por isso, marcas como a Fazendo Onda estão aproveitando este filão de negócios mesmo em tempos difíceis para o varejo de confecção. “Trazendo uma variedade de mais de 300 itens diferentes, entre biquinis, maios e moda esporte conseguimos obter um crescimento de 10% nas vendas dos cinco primeiros meses do ano em relação ao 2001”, diz a proprietária da rede de 6 lojas de moda praia, Socorro Machado. Segundo ela, os negócios foram beneficiados pelas altas temperaturas ocorridas neste ano.

Para João Luis Peres, proprietário da rede de 7 lojas na Grande São Paulo Overboard, só sobrevive neste grande mercado quem buscar inovar a forma de atuação. “Como a concorrência é grande, é preciso encontrar maneiras de fidelizar os clientes”, destaca o empresário, que em 13 anos de atuação no mercado conseguiu obter um cadastro de 79 mil clientes ativos. Segundo ele, isto foi possível graças ao trabalho desenvolvido pela loja, que conta com mais de 3 mil itens diferentes e um programa de fidelidade, onde o cliente recebe um cartão que dá direito a bonificações como desconto em compras. “Com isso, pudemos realizar um trabalho direcionado às necessidades dos clientes e aumentar em 17% as vendas dos cinco primeiros meses do ano”, diz.

A Tent Beach, rede de 23 lojas de moda surf, skate e praia também buscou inovar para disputar este competitivo mercado. “Recentemente abrimos uma loja em Campinas com uma área de lazer de 1,6 mil metros quadrados, com pista de skate dentro da loja”, diz o proprietário Sebastião Carlos de Araújo. Mesmo assim, o empresário registrou uma queda de 20% nas vendas dos primeiros cinco meses do ano. “Fomos prejudicados pela falta de frio. Ainda estamos com o estoque cheio”, diz o empresário.

A rede de 3 lojas de artigos de surfe na Baixada Santista, Surf Store, também teve suas vendas afetadas nos primeiros cinco meses do ano. “As vendas caíram 15%, devido a situação econômica do País”, destaca o proprietário Marcelo Cantoni, que diz contar com a tradição de 15 anos no ramo para recuperar as vendas no segundo semestre. “Trabalhamos com tudo o que o surfista necessita em um só lugar. São mais de 20 mil itens diferentes, que vão desde uma parafina por R$ 1 a uma roupa de borracha de R$ 800”, explica.

Daniela Nogueira

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