O fraco nível da atividade econômica derrubou os resultados das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas em agosto. O faturamento real (já descontada a inflação) caiu 11,9% quando comparado com o mesmo mês de 2014. A queda foi puxada principalmente pelo setor de serviços, que teve o maior recuo no índice em 13 anos, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A receita total das MPEs em agosto foi de R$ 46,2 bilhões, o que representa R$ 6,2 bilhões a menos do que em agosto de 2014. A queda acumulada desde janeiro é de 11,2% em relação a igual período do ano passado. As informações são da pesquisa Indicadores Sebrae-SP.
Na análise por setores, todos os números ficam no campo negativo: a indústria teve redução de 11% no faturamento em agosto ante o mesmo mês de 2014; o comércio apresentou queda de 3,8%. O resultado dos serviços foi o que mais chamou atenção, ao despencar 20,3% no período, consequência da diminuição da demanda do segmento de serviços prestados a empresas. Trata-se da maior queda para a receita das MPEs de serviços sobre o mesmo mês do ano anterior desde maio de 2002. Naquele ano, a economia saía de um de racionamento de energia elétrica e passava por um período de incerteza, sofrendo os efeitos da valorização do dólar, após a moratória argentina.
O comércio, por sua vez, só não teve desempenho pior por causa da base fraca de comparação. Em agosto de 2014 as MPEs do setor tiveram queda de 16,6% na receita sobre agosto de 2013.
“Estamos diante de um quadro crítico, com aumento do desemprego, queda no rendimento de quem ainda está empregado e piora das perspectivas quanto ao futuro da economia do País”, afirmou o diretor superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.
“É uma reação imediata. Com menos dinheiro, os consumidores reduzem o consumo. E isso prejudica a demanda das empresas, desaquecendo toda a cadeia produtiva”, lamenta o presidente da ACE-Guarulhos, Jorge Taiar.
As MPEs da Região Metropolitana de São Paulo perderam 16,6% de receita no período.