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Mercado se rende à mulher real

No lugar de a propaganda ditar os padrões de beleza, é a realidade que está tomando a posição de comando. Gigantes do segmento de bens de consumo já perceberam que as mulheres chamadas “reais” – que não escondem gordurinhas, rugas e têm mais de 30 anos – possuem apelo maior perante as consumidoras, do que as admiradas como celebridades. Diante disso, um novo nicho de modelos se consolida e até mesmo o mercado editoral parece estar disposto a mudar.

Os exemplos de que o movimento pró-mulheres reais ganha força se multiplicam. As mulheres reais vão tomar conta de uma revista alemã, a Brigitte, a partir deste ano. Saem as modelos magérrimas, entram as mulheres bem mais curvilíneas. Paralelamente à musa Gisele Bündchen, uma das brasileiras que mais fazem sucesso no exterior é Fulvia Lacerda, considerada a principal top model plus size (tamanho GG) do mercado norte-americano. Uma das marcas da Unilever, a Dove, lançou uma campanha a favor da “real beleza”, assim como a Natura que também utiliza as próprias consumidoras em suas peças de publicidade.

Uma das precursoras foi a fotógrafa e editora do site Criatura GG, Kátia Ricomini. “Fiz fotos para divulgar a linha de uma fabricante de lingerie, com peças no tamanho 36. Quando viram o resultado, os empresários me pediram para deixar as modelos mais cheinhas. Ninguém mais quer ver mulheres esquálidas. Esse tipo de marketing afasta e oprime as consumidoras. E os homens também preferem as mulheres reais”. Criado há dez anos, o site traz, entre outras informações, dicas de moda e de hotéis que tratam melhor os “gordinhos”, de acordo com Kátia.

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