ACE-Guarulhos

Mercado encolhe e dificulta a vida para as corretoras menores

A queda no volume de negociação no mercado brasileiro de ações está tornando difícil a vida das corretoras menores e reduzindo o espaço para elas atuarem, indica um estudo da EFC Consultores. Das dez maiores corretoras de valores por patrimônio líquido ao final de 2001, todas são de grupos empresariais e a metade pertence a bancos estrangeiros, sem a presença de nenhuma independente.

O resultado financeiro também piorou, com uma queda de 12% no lucro líquido das 30 maiores corretoras no ano passado, que somou R$ 129 milhões, em comparação aos R$ 147 milhões em 2000.

A rentabilidade dos negócios, no entanto, aumentou 43%, passando de 12,56% em 2000 a 17,56% no ano passado, o que é mais um sinal do enxugamento dos negócios, ratificado pelo encolhimento do patrimônio líquido das corretoras. Entre as 30 maiores, o patrimônio recuou 39%, para R$ 737 milhões, contra R$ 1,204 bilhão em 2001.

As dificuldades do ano passado e a tendência à concentração já força tradicionais participantes do mercado a reavaliar a sua posição.

A tradicional Novação Corretora, do ex-presidente da Bovespa Alfredo Rizkallah, decidiu transformar a corretora em distribuidora de valores, depois de ver seu lucro de 2001 minguar a menos de um quarto do que obteve em 2000. A rentabilidade também despencou, de 8,12% em 2000 a 1,59% em 2001.

Rizkallah, que fundou o negócio em 1968, agora pretende dar ênfase às operações com câmbio e derivativos, através da corretora de mercadorias que possui na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).

Outras tradicionais corretoras independentes também viram seus negócios piorarem no ano passado, o que abre as portas para uma onda de fusões e até extinções. A Souza Barros, por exemplo, teve prejuízo de R$ 301 mil em 2001, ante lucro de R$ 623 mil em 2000. A Planner teve perdas de R$ 1,154 milhão, ante ganhos de R$ 1,034 milhão no ano anterior.

Lúcio Mattos

Sair da versão mobile