Medidas simples reduzem os perigos da loja cheia
Durante o período do Natal, os prejuízos com furtos podem comprometer 20% do faturamento do comércio. Lojas cheias e vendedores atendendo a vários clientes simultaneamente constituem cenário favorável ao furto de mercadorias. Para evitar o transtorno, atenção e treinamento adequados são as melhores soluções. Em caso de incidente, consultores e especialistas em segurança aconselham o uso da discrição, principalmente para não causar transtorno a outros clientes.
Segundo Luiz Henrique Lemos, coordenador acadêmico do MBA de Varejo da Universidade Cândido Mendes (Ucam), qualquer exagero é prejudicial ao lojista e, conseqüentemente, às vendas. “Não gerar pânico, aversão e constrangimentos é fundamental”, aconselha.
Lemos ensina ainda que, em determinados casos, é até mais vantajoso para o lojista deixar o incidente passar despercebido do que criar tumulto por causa de um valor pequeno. Segundo o consultor, abordagens bruscas assustam os demais consumidores.
– No Natal, não aconselho trabalhar com porta fechada, mesmo que seja para controlar o fluxo de clientes. Todo comerciante sabe que, nesta época, há um aumento significativo das vendas, por isso, há tempo para se programar. Fechar a porta, além de intimidar furtos, inibe alguns consumidores e reflete falta de estrutura – afirma Lemos.
– Os vendedores precisam de sutileza. Em caso de suspeita, o melhor procedimento é acompanhar o cliente. Não é necessário fazer a abordagem, pois o acompanhamento com o olhar mostra que o vendedor está atento e, ao mesmo tempo, não é agressivo. A atitude da equipe de vendas deve ser a mesma o ano todo: simpatia, discrição e cordialidade não podem faltar – observa Sauer.
Comportamento ajuda a identificar suspeitos
Clientes que chegam em grupo merecem atenção especial, principalmente se algum integrante permanecer do lado de fora da loja. Geralmente, quando há a intenção de furto, esses falsos clientes se interessam somente pelas mercadorias mais caras ou então não demonstram interesse de compra por nenhum produto – ensina Lima.
Momentos de abertura e fechamento da loja também merecem atenção. Segundo Lima, no início do expediente, os funcionários estão mais dispersos e arrumando a loja. No final, há pressa para ir embora.
– Quem deseja furtar sabe disso e se aproveita. Por isso, não se pode abandonar nenhum procedimento de segurança. Isso inclui as consultas para aprovação de crédito, que não devem deixar de ser feitas diante da pressa do cliente. Outro conselho é nunca deixar apenas um funcionário na loja, mesmo que o estabelecimento seja pequeno. Se um grupo de falsos clientes entrar, o vendedor fica completamente vulnerável – revela.
Treinamento dos funcionários, orientações corretas e medidas de baixo investimento podem ser utilizadas por qualquer comerciante. Os espelhos convexos, quando colocados em locais estratégicos, ajudam a visualizar a movimentação interna da loja, além de serem de baixo investimento.
Yuki Yokoi