ACE-Guarulhos

Maio mantém contração da atividade industrial

A produção industrial mostrou crescimento de 0,6% entre abril e maio, corrigindo-se os efeitos sazonais, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), surpreendendo analistas, após sofrer uma série de três quedas consecutivas.

Contudo, além dos números de maio não serem capazes de compensar a contração de 1,2% observada em abril, indica prosseguimento da “crise” industrial, ao implicar em retrações de 8,8% quando comparados com o mesmo mês do ano passado, de 6,9% no acumulado do ano e de 5,3% nos últimos doze meses – pior resultado desde dezembro de 2009 (-7,1%).

Os destaques negativos frente a maio de 2014 ficaram com a categoria dos bens de capital (-26,3%), veículos (-25,5%), estendendo-se aos setores bebidas (-10,9%) e vestuário (-11,9%).

Desse modo, a atividade industrial prossegue em seu grande ciclo de contração, iniciado há mais de um ano, e explicado pela menor disponibilidade de crédito ao produtor, pelos estoques elevados, pelos maiores custos de produção, e pela contração da atividade econômica, intensificada pela desorganização de importantes cadeias produtivas, tais como construção civil, petróleo e automóveis.

“Infelizmente, a situação da economia agrava todas as atividades, inclusive a industrial. O que mais preocupa é a total falta de consciência do governo sobre o que fazer para mudar o quadro”, afirma o vice-presidente da Indústria da ACE-Guarulhos, Carlos Dias. “Sem perspectivas, o empresário arca com os altos custos das demissões. Onde vamos parar?”, indaga.

Com tudo isso, a confiança do empresário continua diminuindo, alcançando em junho, segundo a Fundação Getúlio Vargas, o menor nível desde 1995, ano em que se iniciou a apuração do indicador, refletindo-se na redução da utilização da capacidade instalada durante o mesmo mês, sinalizando uma alta probabilidade de continuidade, e até, de intensificação da retração do setor, amplificando a queda da atividade econômica prevista para o presente ano.

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