As vendas do setor no inverno registraram desempenho negativo. Dados do IBGE revelam retração de 11,3% em maio, de 4,61% em junho e de 3,85% em julho, em relação ao mesmo período de 2002. “Uma previa dessa performance para agosto pode ser sinalizada pelo UseCheque – indicador de vendas à vista da ACSP, que apresentou retração de 5,5%”, explica Emílio Alfieri.
Virada – Mas, a virada já começou. Na primeira quinzena deste mês, as consultas ao UseCheque tiveram uma queda menor, de 1,7%, em comparação ao mesmo período de 2002. “É só o sol chegar e o tempo esquentar que o paulistano começará a comprar as roupas primavera/verão”, diz Alfieri.
Os preços mais baixos das peças da estação também ajudam a reverter o quadro. “As roupas de frio, mais pesadas, custam mais caras”, analisa.
Outros fatores incentivam o consumo maior nesse período. Um deles é o dissídio de categorias importantes como metalúrgicos, químicos, bancários e comerciários. “Muitos estabelecimentos, a partir de outubro, já aceitam pagamentos com cheques para 30 e 60 dias por conta do 13º salário, o que ajuda a impulsionar o movimento”, analisa Alfieri.
Daqui para frente, há ainda datas como Dia das Secretárias e Dia das Crianças que contribuem. “Os pais e parentes também adquirem roupas e calçados novos para os pequeninos”, completa Alfieri.
O consumidor brasileiro gosta das novidades. “A clientela é bem informada e investe nos lançamentos”, explica Carlos Magno Gibrail, diretor de uma rede de lojas. Com isso, as ruas ganham mais cores, flores e também muita gente de roupa nova.
Teresinha Matos