O varejo de tapetes e carpetes movimenta de R$ 650 milhões a R$ 675 milhões por ano no Brasil e tem aproximadamente 380 empresas no Estado de São Paulo, sendo 65% revendas de médio e grande porte, e 35% pequenas, a maioria negócios familiares, que empregam no máximo seis pessoas.
Mas o setor deve logo passar por uma mudança, agregando a seu mix de produtos, também a prestação de serviços. É o que acredita o presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores e Revendedores de Carpetes, Tapetes, Pisos, Cortinas e Afins (Abracarp), Marco Cervellini. A instalação, por exemplo, já é uma praxe em todas as lojas de carpete, pisos laminados e papel de parede, observa o diretor da Abracarp, José Antonio Cortez.
Há pouco tempo, esse varejo passou por uma evolução que culminou em 2000 e levou à maior diversidade de produtos nas lojas. Segundo Cortez, as empresas especializadas, que nos anos 80 só comercializavam tapetes e carpetes, passaram a vender também outros itens de decoração, como cortinas e papel de parede.
Além do consumidor final de todas as classes sociais, freqüentam as lojas também decoradores e arquitetos, pois há opções de compra para todos os gostos e bolsos. “O carpete de madeira, por exemplo, é um produto mais nobre, voltado para as classes A e B”, afirma Cortez.
No comércio de carpetes, as fábricas também atuam no varejo, vendendo diretamente para hotéis e a indústria automotiva, por exemplo. Cortez explica que, nesses casos, os consumidores fazem exigências específicas, e por isso negociam diretamente com a indústria.
As vendas no varejo do segmento caíram de 18% a 20% nos primeiros sete meses deste ano, em relação a janeiro a julho de 2001, segundo Cervellini. Entre as causas da retração, ele destaca o inverno, que este ano não foi muito forte. “Carpete se vende melhor no inverno”, diz.
O presidente da Abracarp ressalta que a Grande São Paulo é o principal mercado de carpetes no Brasil, representando 20% na área de uso doméstico.
Outro obstáculo para a comercialização de carpetes é o fato de esses produtos serem relacionados a alergias. Hoje, entretanto, ressalta Cervellini, há tecnologias que evitam a proliferação de ácaros e fungos.
Segundo o diretor executivo da Abracarp, menos de 15% dos carpetes vendidos no Brasil são importados. “A dificuldade de pronto-atendimento fez com que a maior parcela de produtos comercializados seja de fabricação nacional”.
Mila Marques