Depois de amargar retração de 20% de negócios nos primeiros anos do Plano Real, o segmento de locação de veículos acertou o passo e faturou, só em 2002, cerca de R$ 2 bilhões. Um crescimento de aproximadamente 14% em relação ao ano anterior, segundo o presidente da Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (Abla), Alberto de Camargo Vidigal.
“Tal aumento se deu por conta do avanço do turismo interno, que cresceu com a alta do dólar, da terceirização de frotas e as parcerias estabelecidas com as empresas seguradoras com grandes redes de hotéis”, explica Vidigal.
“A tendência do mercado é utilizar carros de terceiros, mais barato do que investir em veículos próprios”, diz. Vidigal acredita também que com a entrada de capital estrangeiro nos últimos três anos, as empresas multinacionais trouxeram o hábito da terceirização da frota de veículos. Com a terceirização, as corporações tendem a diminuir em até 30% seus gastos anuais com veículos.
No País existem duas mil locadoras. Juntas, elas somam 175 mil veículos para locação. A entidade estima um crescimento para este ano de 12% na frota, devendo chegar a 190 mil. As perspectivas da entidade também são otimistas para o faturamento. A Abla espera um crescimento entre 15% e 20% esse ano.
Para chegar a este percentual em 2003, a entidade pretende desenvolver uma campanha com um plano de marketing agressivo no intuito de informar aos possíveis consumidores sobre as condições favoráveis da locação. “A associação irá veicular na grande imprensa uma campanha institucional para mostrar que alugar um carro não é caro”, explica.
No País, a locação de um veículo popular, que é o mais procurado, gira em torno de R$ 40 por dia. Já para um pacote de trinta dias, por exemplo, o valor cai para R$ 30. O seguro, cobrado à parte, está na média de R$ 20 por dia. Os serviços pelos quais o locatário ainda poderá optar são os de segurança e motorista – estes, normalmente, para carros blindados.
Solicitados por executivos, os carros blindados mostram a preocupação da população com a escalada da violência nos grandes centros urbanos. Nos últimos três anos, a procura por este tipo de carro cresceu 10%, de acordo com dados do setor.
Frota
É uma prática comum as locadoras substiruírem a frota, com mais de 15 meses de uso ou após determinada quilometragem. “Isso faz parte do marketing das empresas: sempre oferecer um veículo novo ao cliente”, diz Vidigal, da Abla.
Vendas diretas a concessionárias, lojas de veículos, Internet, anúncios e leilões são os meios mais comuns utilizados.
Robson Bertolino
