Na terça-feira, o presidente da Petrobras, Francisco Gros, confirmou que em breve haverá um novo aumento nos preços dos combustíveis no País. O aumento seria necessário para que o preço do petróleo fabricado aqui possa se aproximar do praticado no mercado internacional. Gros afirmou, no entanto, que o aumento da cotação do barril de petróleo não terá impacto imediato sobre os preços dos derivados no Brasil. De acordo com ele, a Petrobras está aguardando um momento de equilíbrio do mercado para definir a porcentagem do reajuste.
O preço do petróleo brasileiro está defasado com relação ao preço praticado lá fora. Segundo o analista de petróleo do Unibanco, Cleomar Parisi, a diferença entre um e outro já está chegando na casa dos 30%. “Com as últimas altas do dólar, a defasagem chegou a 28%”, afirma.
A alta do dólar – que acabou o dia cotado a R$ 3,665 – é um fator que ajuda a pressionar ainda mais os preços do petróleo, uma vez que o combustível é negociado no mercado externo. Por isso, pelas estimativas de Parisi, se o câmbio continuar subindo, a Petrobras poderá repassar todo esse aumento para as refinarias. Isso resultaria em uma gasolina 15% mais cara, nos postos, para os consumidores.
Se o aumento chegar a esse porcentual, o preço do litro da gasolina no Estado de São Paulo – que custa hoje, em média, R$ 1,71, segundo levantamento da ANP – chegaria a R$ 1,96. Mas nos vários postos que praticam preços mais altos do que a média, o valor do litro ficaria acima de R$ 2. Esse possível aumento no preço da gasolina, entretanto, não deve ser imediato e nem mesmo de uma só vez, mas gradual e até o fim do ano. “Essa bomba não será desarmada de uma só vez”, acredita o consultor.
Aiana Freitas