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Leilão de equipamentos é opção de bons negócios para empreendedores

A compra e a venda de máquinas e equipamentos usados sempre foi uma questão delicada. Como avaliar as condições de uso e de manutenção do produto e, em decorrência disso, saber qual o preço justo a ser pago ou pedido por ele?

Os leilões não são uma solução para tudo isso, mas têm algumas vantagens que podem ajudar. Uma delas é a oportunidade de reunir vendedor com potenciais compradores em uma transação comercial rápida e com liquidez. Nos leilões todas as compras são feitas à vista e pagas na hora.

Uma outra vantagem é quanto à definição do preço. O valor final é estabelecido pelo comprador, ou seja, pelo mercado, a partir de um valor mínimo fixado pelo dono do equipamento.

“Cada leilão é um leilão, mas quando ele é bem divulgado, para que atraia interessados, é possível chegar ao valor real do equipamento. O vendedor atribui um preço para o usado, mas o comprador é quem tem realmente idéia de quanto ele vale”, diz o presidente do Sindicato dos Leiloeiros do Estado de São Paulo, Luiz Fernando de Abreu Sodré Santoro.

A lei que rege os leilões é a da oferta e da procura. Se há interessados, o preço do equipamento tende a subir por meio da disputa entre eles.

Segundo Pérsio Bosquetti Júnior o preço mínimo fixado nos leilões é geralmente um pouco inferior ao valor de mercado. “É um preço conservador, pois não se sabe o que o mercado quer no momento”, diz. “Se o mercado estiver bom, pode-se conseguir um preço até maior”, diz o leiloeiro.

Por muitos anos, a venda de máquinas e equipamentos usados por meio de leilões esteve ligada à idéia de falência, pois era esta a forma de liquidar o patrimônio de uma empresa nestas situação. Atualmente, segundo os leiloeiros, este conceito está superado.

“Antigamente, só era feito leilão para vender os ativos das empresas que faliam. Depois disso, as empresas não faziam leilões para não atrair essa imagem. Hoje estamos em outra era”, diz o leiloeiro oficial Pascoal Roberto Aranha Napolitano.

Atualmente, o leilão é uma forma terceirizada de venda e uma alternativa rápida e líquida para uma empresa que quer se desfazer de equipamentos que não utilize mais. Uma outra possibilidade de venda seria anunciar em publicações e aguardar o contato dos interessados, um processo bem mais longo.

Os leilões são eventos públicos, abertos a todos os interessados, e realizados a partir da publicação de um edital com a relação dos produtos leiloados, com data, hora e local.

Como são peças usadas, os interessados podem e devem vistoriá-las antes da compra. No edital é comunicado também o período e local que os equipamentos estarão à disposição dos compradores.

“Sempre existe um período anterior ao leilão para a exposição das peças. O comprador recebe o catálogo e faz uma vistoria. Vê se tem algum problema, as condições do equipamento e define o valor limite que pagaria por ele”, explica Bosquetti.

Alternativas – A compra de máquinas usadas pode ser uma alternativa de expansão ou modernização de um negócio. O que não serve mais para uma grande empresa, que por algum motivo decidiu mudar sua linha de produtos ou que necessita de equipamentos com maior eficiência de produção, pode ser ideal para uma outra empresa de menor porte. É um ciclo que se fecha.

“O empresário vende, retoma parte do capital empreendido e desocupa os espaços na sua empresa”, diz Bosquetti. Do outro lado, estão fabricantes de menor envergadura ou comerciantes de equipamentos que arrematam as peças para reformá-los e vender posteriormente ou desmontá-las e usar os componentes na manutenção.

Para o presidente do sindicato dos leiloeiros, cada vez mais os empresários estão participando de leilões.

Segundo ele, os leiloeiros estão dividindo os lotes para facilitar a venda para o comprador final. “Dá um pouco mais de trabalho, mas compensa”, diz Santoro. “Se for vender 50 máquinas de uma só vez, apenas um revendedor poderá comprar”, completa.

Um empresário que encontra uma máquina que há tempo procura e que se adapta a sua produção, certamente estará disposto a oferecer um lance maior por ela.

O preço, certamente, será menor do que pagaria se comprasse de um revendedor. O comerciante tem de arcar com a estrutura montada para a venda, pelo investimento de seu capital de giro, além de estar submetido ao Código de Defesa do Consumidor.

Sílvia Freire

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