As operações de lavagem de dinheiro envolvem valores entre 2% e 5% do Produto Interno Bruto (PIB) de todo o mundo. O rombo equivale ao PIB da América do Sul inteira. A avaliação é de Eduardo de Freitas Gomide, diretor geral da consultoria de risco Kroll Brasil. A empresa foi responsável na década de 90 por desvendar as operações ilegais do empresário Paulo Cesár Farias no governo Collor, entre outros casos de destaque.
Para Gomide, operações como a Anaconda, que mostrou a atuação de venda de sentenças por juízes em São Paulo e “vários outros casos de corrupção” com o envolvimento de “offshores” (paraísos fiscais), são sinais claros de que a indústria do crime segue crescendo de maneira expressiva.
O diretor geral da Kroll Brasil diz que, após a tragédia de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e as fraudes contábeis também ocorridas no território norte-americano no ano de 2002, houve a edição de uma série de normas no sistema financeiro internacional para coibir os crimes. Entre elas, Eduardo Gomide destaca a lei contábil Sarbanes-Oxley.
O executivo ainda observa que, ao longo do ano de 2004, as companhias brasileiras com ADRs (que são os certificados de depósito norte-americanos) terão de fazer uma completa revisão em procedimentos internos. Elas terão ainda que divulgar certificação de que sua contabilidade “não é fraudulenta”.
De acordo com Gomide, é importante também destacar que estão crescendo os crimes eletrônicos (com a utilização de cartões de crédito e mesmo de boletos bancários), o que está exigindo novas medidas de prevenção por parte do sistema financeiro.