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Juro real do investidor está em risco

Guarulhos, 12 de dezembro de 2002

arteA aceleração da inflação está encolhendo cada vez mais o juro real, a margem do rendimento acima da inflação, obtido pelo investidor nas aplicações financeiras. O tamanho do ganho real ou da perda vai depender, contudo, da inflação escolhida para o cálculo. Há uma diversidade de indicadores de comportamento de preços e ampla disparidade entre eles. O mais elevado deles é o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que acumula alta de 20,77% no ano, até novembro, e o mais baixo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe), de 7,94%.

Todas as aplicações, exceto os ativos como dólar e ouro, perdem da inflação de 20,77% medida pelo IGP-M, no ano. As opções de renda fixa, incluída a caderneta, com rendimento de 8,20% até novembro, estão andando acima da inflação de 7,94%, espelhada no ano pelo IPC da Fipe. O desempenho já não é tão bom diante do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação que o Banco Central mira para calibrar a taxa primária de juros, a Selic. A caderneta, com ganho nominal de 9,14%, de janeiro a dezembro, já rende menos que a inflação de 10,22% acumulada pelo IPCA no ano até novembro. Os fundos de investimento, DI e renda fixa, carregam parcela de juro real, mas inferior à estimada no início do ano e à corrente em 2001.

A elevação da inflação está reduzindo a margem de juro positivo e no caso da caderneta, diante do IPCA, não está sequer mantendo o valor do capital. Mas especialistas em investimento comentam que o desempenho das aplicações financeiras, incluídas as de renda fixa, deve ser avaliado em prazos mais longos, e não em períodos isolados.

Seja como for, para o investidor desconfiado que teme a ampliação de perdas pela manutenção do fôlego inflacionário, a dica de especialistas é pela diversificação dos investimentos, com a distribuição do dinheiro em várias opções. Mas, para tentar ampliar a rentabilidade, o investidor terá de assumir também mais riscos, adotando o cuidado, porém, de manter a maior parte do patrimônio ancorada em ativos seguros, como os fundos DI.