Investimento em fundo DI rende mais que poupança
O investidor que migrou dos fundos DI para a caderneta de poupança, depois da polêmica mudança de regras nos fundos de investimento em maio, perdeu dinheiro. É o que revela estudo feito pela EFC Consultoria, mostrando que de maio a novembro os fundos DI foram mais rentáveis que a poupança, a aplicação usada por mais de 50 milhões de brasileiros.
De maio a novembro o DI rendeu 9,51% brutos, enquanto a caderneta ficou em apenas 5,31%. Mesmo descontado o Imposto de Renda (IR) no DI, a aplicação ganhou da poupança, registrando 7,61% de rentabilidade. Segundo o diretor-presidente da EFC Consultoria, Carlos Coradi, os fundos tiveram perda de rentabilidade entre abril e junho deste ano, por causa da migração de recursos para a poupança.
“O investidor ficou assustado com algumas perdas que ocorreram do dia para a noite. Mas, nos meses seguintes, os fundos se recuperaram e mostraram que são um investimento mais atraente do que a caderneta”, afirma Coradi.
No dia 29 de maio, o Banco Central obrigou os bancos a fazer a marcação a mercado, em que as cotas dos fundos deveriam ter seus valores ajustados todos os dias pelo preço real. Os pequenos investidores viram seus saldos caírem e o ajuste custou R$ 4,5 bilhões.
Em agosto, o BC e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) lançaram uma ofensiva para acabar com as perdas nos fundos DI e de renda fixa. Entre as medidas adotadas estavam o aumento do compulsório (valor obrigatório que os bancos têm que manter depositado no BC) em depósitos à vista, a prazo e em poupança.
Com a mudança, a grande maioria dos fundos DI não deve ter mais prejuízos. Porém, os investidores que saíram dos fundos e migraram para outras aplicações não conseguiram recuperar as perdas.
Porém, o diretor-presidente da EFC alerta que o investidor deve ficar atento aos fundos DI hoje disponíveis no mercado. Entre os dez principais, a rentabilidade chega a variar de 8,98% a 17,35% ao ano. “O investidor deve ficar atento à taxa de administração e à instituição que o administra”, recomenda Coradi.
Luís Alfredo Dolci