ACE-Guarulhos

Intenções de compra em queda

A aposta em um cenário de juros mais altos com inflação elevada nos próximos meses puxou para baixo as intenções de compra de bens duráveis do consumidor, que se mostrou mais cauteloso e menos otimista em abril. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) despencou 7% em abril ante março. No mês passado, o índice havia subido 3,5% ante fevereiro.

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi a mais forte queda da série histórica do indicador, iniciada em setembro de 2005. O estudo apurou que em abril houve piora tanto nas avaliações sobre a situação atual, como nas expectativas para os próximos meses.

O ICC é dividido em dois indicadores: o Índice de Situação Atual (ISA), que caiu 5,9% em abril, em comparação com a alta de 5,2% em março; e o Índice de Expectativas (IE), que teve queda de 7,5% em abril, ante aumento de 2,6% em março.

Com o resultado, o desempenho do ICC, que é calculado com base em uma escala de pontuação de 0 a 200 pontos (quanto mais próximo de 200, maior o nível de confiança do consumidor), passou de 120,8 pontos em março para 112,4 pontos em abril, o menor nível em sete meses. Foram as respostas sobre o futuro que mais influenciaram o resultado negativo do índice.

De acordo com o coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da FGV, Aloísio Campelo, o consumidor parece menos disposto a arriscar compras de bens duráveis. De março para abril, a parcela dos entrevistados que prevêem gastar mais com itens desse tipo nos próximos seis meses caiu quase pela metade: de 24,4% para 12,7%.

Em igual período, os que prevêem gastar menos passaram de 19,8% para 24,1%. E foram os responsáveis pela queda do índice de expectativas. Para Campelo, “não é que o consumidor vai parar de comprar bens duráveis, mas pode gastar menos do que pretendia, porque está mais cauteloso”, explicou.

Sair da versão mobile