Inflação pressiona tarifas de concessionárias
Se o próximo governo não alterar a atual política de reajuste, a alta do IGP (Índice Geral de Preços) ocorrida neste ano deverá causar reajustes maiores nas tarifas de telecomunicações e energia elétrica em 2003.
Isso acontece porque esse foi o índice escolhido pelo atual governo para corrigir as tarifas das distribuidoras e operadoras de telefonia quando foi feita a privatização. Os contratos das distribuidoras são corrigidos pelo IGP-M, e os das operadoras de telefonia, pelo IGP-DI.
Apesar de as tarifas desses setores estarem vinculadas ao IGP, os consumidores pagam aumentos maiores do que a variação do índice acumulada entre os 12 meses que separam cada reajuste.
O aumento é maior porque as fórmulas dos contratos feitas na época da privatização permitem repasses superiores. Ou seja, quanto mais subir o IGP, maiores ainda serão os aumentos de telefone e luz.
No caso das telecomunicações, o IGP-DI, descontado um índice de produtividade, determina o reajuste máximo da cesta de tarifas habilitação, pulso, assinatura, entre outros ítens. Isso significa que as operadoras podem deixar de reajustar um determinado ítem para aumentar mais outro.
Isso acontece com a assinatura de telefone fixo. Em junho do ano passado, o IGP-DI acumulado em 12 meses era de 9,4%. A “cesta de tarifas” subiu 8,07%, mas a assinatura de telefone residencial aumentou 13,94% na Telefônica.
Nas tarifas de energia, o IGP-M corrige apenas parte dos custos das empresas que são chamados no jargão técnico de “custos gerenciáveis”. Os outros custos os “não-gerenciáveis”têm sua alta repassada integralmente para os consumidores.
Humberto Medina