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Inflação de 0,57% em São Paulo surpreende

A alta nos preços das mensalidades e as chuvas que prejudicaram o plantio de algumas culturas influenciaram a alta de 0,57% na inflação medida em São Paulo pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas da USP (Fipe) em janeiro.

O índice supera os 0,38% do mesmo mês do ano passado e se iguala ao percentual de dois anos atrás.

Analistas entendem, porém, que a alta foi causada apenas por fatores sazonais e não deve se repetir nos próximos meses. Isso porque os dados de janeiro têm como base o mês de dezembro, quando, pelas Festas de final-de-ano, os preços no varejo geralmente apresentam alta.

Além disso, muitas matrículas escolares são realizadas nesse mês e acabam pressionando o índice. O IPC da Fipe mede a inflação para a faixa de renda familiar entre 1 e 20 salários mínimos.

Nessa linha, o coordenador de Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe), Heron do Carmo, disse que a inflação em São Paulo deve fechar os dois próximos meses com taxas negativas, “contrabalanceando” a alta de janeiro.

“A expectativa é de que a partir de agora os fatores que pressionaram a inflação de janeiro não influenciam mais a alta dos preços ao consumidor”, disse o especialista.

Mesmo com o otimismo, a taxa ficou acima do previsto inicialmente pela instituição, que esperava por uma alta revisada de 0,60%. No início do mês, a estimativa era de uma inflação de 0,20% em janeiro.

Segundo o especialista, o grupo Educação, que registrou alta de 4,61% em janeiro e contribuiu com 0,17 ponto porcentual para a composição do índice, deverá zerar a partir deste mês. Em janeiro, o grupo registrou a maior taxa apurada pela Fipe em São Paulo desde a primeira prévia de fevereiro de 2000, quando o grupo subiu 5,59%.

Outro destaque que influenciou na alta de preços no mês de janeiro foi o grupo Alimentação, que subiu 0,90% no primeiro mês de 2002. “Os alimentos “in natura” sofreram com o excesso de chuva em janeiro, prejudicando a qualidade dos produtos e atingindo a colheita”, esclareceu Heron.

Para ele, há perspectiva dessa categoria registrar deflação em fevereiro, prevendo que a colheita de hortifrutigranjeiros deverá ser regularizada com a diminuição das chuvas.

“O mesmo poderá acontecer com gás de cozinha, que encerrou o mês passado com alta de 13,80%”, afirmou.

Aumento – Também registraram elevações os grupos Despesas Pessoais (0,90%), Habitação (0,59%), Vestuário (0,57%) e Saúde (0,29%). Já o grupo Transportes apresentou um recuo de 0,99% no período.

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