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Indústria deve intensificar substituição de importados

Guarulhos, 24 de fevereiro de 2003

As indústrias brasileiras devem intensificar ainda mais neste ano a substituição de importações de insumos e matérias-primas por produtos domésticos. A avaliação é da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que consta do informativo “Comércio Exterior em Perspectiva”, divulgado na sexta-feira, 21.

“Pela primeira vez, desde 1999, a proporção de empresas que planejam substituir, em alguma medida, insumos e matérias-primas importados por similares domésticos supera 50%”, divulgou a CNI.

A confederação avalia ainda que, independente da concretização dessas expectativas, as compras externas por parte das indústrias não deverão voltar a aumentar nos próximos seis meses, devido à previsão de baixo crescimento da atividade industrial.

Sondagem feita pela CNI em janeiro deste ano, referente ao desempenho das vendas externas em 2002, mostra que 75% das grandes empresas consultadas exportaram no ano passado, praticamente o mesmo percentual de pesquisa relativa as vendas externas de 2001 (76%), e 3 pontos percentuais inferior a 1999.

Por outro lado, a sondagem mostra que o percentual de grandes empresas da amostra que utilizaram insumos importados caiu de 72% para 64% de 2001 para 2002. Em 1999 e 2000, a percentagem foi de 73%.

Já entre as pequenas e médias empresas, o percentual das que exportaram não teve alteração. O mesmo ocorreu com a proporção de empresas que importaram insumos ou matérias-primas. Nos dois casos, o percentual foi de 32%. A sondagem foi feita com 1.247 pequenas e médias empresas e 264 grande.

A CNI destaca ainda que a participação das exportações no faturamento das empresas voltou a crescer em 2002. No caso das grandes, a participação média passou de 19,6% para 20,8%, enquanto entre as pequenas e médias subiu de 6,5% para 7,3% de 2001 para 2002.

Os setores com maior participação das exportações no faturamento, segundo a CNI, são o de Madeira e de Couros e Peles, com médias superiores a 30%, seguidos por produtos alimentares, material de transportes, metalurgia e têxtil, todos com percentuais médios superiores a 10%.

A balança comercial brasileira fechou 2002 com superávit de US$ 13,11 bilhões. As exportações foram de US$ 60,298 bilhões e as importações, de US$ 47,188 bilhões.

O resultado foi o melhor desde 1994 e apenas o terceiro superávit desde então. A queda de aproximadamente 15% nas importações de 2002 em relação a 2001 foi a maior responsável pelo bom desempenho, mas houve também um incremento de 3,5% nas exportações de um ano para outro.

Ivone Portes