Indústrias querem criar cooperativa de crédito
As dificuldades para tomar empréstimos em banco no país estão fazendo com que a Fiesp busque alternativas de financiamento para as empresas, e uma delas é a formação de cooperativas de crédito. Segundo Cláudio Miquelin, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia, em países como Alemanha e Holanda mais de 40% dos financiamentos para médias e pequenas empresas vêm de cooperativas. Ele diz que a entidade pede ao Banco Central pequenas mudanças na lei que regulamenta essas cooperativas, como permitir que a reunião das empresas seja por região, e não por ramo de atividade.
“Até o fim do ano, é possível que tenhamos cooperativas de crédito da indústria, começando pelo interior de São Paulo”, afirma. O funding (recursos que seriam emprestados) viria de cotas de várias empresas do setor.
Elas emprestariam a juros mais baixos e em valores limitados, talvez na faixa até R$ 100 mil por operação. A Fiesp também vai ampliar, até setembro, os serviços de informação no SPCred, site que já permite pesquisar linhas de crédito disponíveis no mercado, agregando a possibilidade de se montar planos de negócio.
Ganho dos bancos
Um estudo inédito da Fiesp deixa claro que quem ganha muito com os empréstimos caros são os bancos. Segundo Miquelin, no primeiro semestre de 2000 o desconto de duplicata tinha taxa média de 3,5% ao mês, dos quais 1 ponto percentual era de lucro para o banco, e o restante pagava custos da operação, de impostos até o risco de inadimplência. No primeiro semestre de 2001, a taxa total caiu para média de 2,6%. Mas a fatia dos bancos se manteve em um ponto percentual.