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Indústrias do setor têxtil conquistam novos clientes

As exportações de produtos têxteis brasileiros para a Argentina caíram 76,59% nos três primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, quando o país vizinho ainda era o principal destino desses produtos. Mas o setor está conseguindo compensar boa parte da perda de seu principal mercado externo com o redirecionamento de suas exportações para outros mercados, segundo Paulo Skaf, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Têxteis (ABIT).

“Os desafios são grandes, mas a situação está se revertendo. O setor está mostrando grande dinamismo”, diz Skaf.

Em 2001, foram vendidos para a Argentina US$ 300 milhões em têxteis. Para os Estados Unidos, o segundo maior mercado externo do setor, foram vendidos no ano U$ 280 milhões.

Só no primeiro trimestre de 2001, as exportações para a Argentina atingiram US$ 73,3 milhões. Nos primeiros três meses deste ano elas se restringiram a US$ 17 milhões, segundo levantamento da ABIT. O esforço das empresas do setor para redirecionar as exportações está refletido nos números do primeiro trimestre deste ano. As vendas para os Estados Unidos no período atingiram US$ 91,3 milhões, um acréscimo em dólar de 9% em relação ao valor faturado no mesmo período de 2001, US$ 83,7 milhões.

As vendas para o México saltaram 47,9%, de US$ 3,7 milhões para US$ 5,5 milhões no primeiro trimestre deste ano. Para o Canadá houve acréscimo de 37,5%, de US$ 4,2 milhões para US$ 5,8 milhões. Para os países da União Européia também houve crescimento, de US$ 55,8 milhões para US$ 64 milhões.

Na Ásia, um mercado ainda relativamente pequeno, o crescimento foi significativo, superior a 69%. As vendas para os países asiáticos saltaram de US$ 13,9 milhões no primeiro trimestre de 2001 para US$ 23,6 milhões nos primeiros três meses deste ano.

O efeito da crise argentina sobre as exportações globais foi em grande parte amortecido pelos aumentos das exportações para outros países. Mas mesmo assim o setor não conseguiu alcançar os níveis de exportação do período anterior e fechou o primeiro trimestre deste ano com queda de 10,18% em relação ao primeiro trimestre de 2001.

Skaf estima que o volume de créditos a receber pelas exportadoras brasileiras do setor têxtil não supera US$ 30 milhões, distribuídos em um universo de 40 a 50 empresas. Diante dos volumes exportados, até que a inadimplência ficou restrita a um volume que ele considera administráveis. Como a situação na Argentina foi se deteriorando aos poucos, as empresas foram se acautelando e por isso o crédito ficou contido, explica.

Francisca Stella Fagá

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