As projeções para a produção industrial neste primeiro trimestre de 2004 são otimistas: segundo uma prévia da Sondagem da Indústria, divulgada nesta quarta-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), 42% das empresas esperam aumentar sua produção, enquanto 27% projetam uma redução de ritmo. Este é o melhor resultado para um mês de janeiro nos últimos cinco anos. Por outro lado, em relação aos aumentos de preços, 39% das empresas pretendem fazer reajustes nos primeiros três meses do ano, 14 pontos percentuais acima do resultado da pesquisa anterior e o maior percentual desde janeiro do ano passado. “O resultado indica haver pressão para reposição de margem em alguns setores. Embora a magnitude destes reajustes possa não colocar em risco imediato as metas de inflação para 2004, o governo deverá levar isto em consideração na definição de sua política monetária durante os próximos meses”, diz o boletim de conjuntura divulgado pelos técnicos da FGV.
Já as previsões para o mercado de trabalho na indústria brasileira são favoráveis e indicam haver chance de efetivação para boa parte do pessoal contratado no final do ano passado, avalia a FGV. O percentual de empresas que prevêem aumentar o contingente de mão-de-obra no trimestre janeiro-março é de 21%, contra 16% na pesquisa anterior. É o melhor resultado desde julho de 2002. Segundo a FGV, num horizonte mais longo, de seis meses, o indicador de confiança confirma as expectativas otimistas dos empresários com relação aos negócios no meio industrial: 55% das empresas prevêem melhoria da situação dos negócios, enquanto apenas 7% prevêem piora. É o melhor resultado desde outubro de 2000, quando 59% das empresas previam melhora e apenas 1%, piora. A Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da FGV fornece, trimestralmente, indicações sobre o estado geral da economia e suas tendências. A coleta de dados para esta apuração parcial da edição nº 150, referente ao 1º trimestre de 2004, ocorreu entre os dias 22 de dezembro de 2003 a 9 de janeiro de 2004, com consultas a 603 empresas.
A prévia da Sondagem Industrial mostra que o ajuste no nível dos estoques iniciado em julho passado está praticamente se encerrando. A parcela de empresas que afirmam estar com estoques excessivos caiu de 21% do total naquele mês para 16% na pesquisa de outubro e agora despenca para 9%. Este é o menor percentual desde janeiro do ano passado, quando 8% das empresas industriais afirmaram estar com nível de estoques excessivo.