Indústria de alimentos quer redução de impostos
A indústria de alimentos levará ao novo governo uma proposta para reduzir a tributação incidente sobre o setor. A Associação Brasileira da Indústria de Alimentação (Abia) já apresentou estudos sobre o efeito dessa medida ao presidente Fernando Henrique Cardoso, mas acredita que terá maior receptividade no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o diretor-financeiro Luiz Murat, o assunto foi tratado com “insensibilidade” até agora, mas a nova gestão deve dar maior atenção ao tema.
“Achamos que é uma solução fácil para viabilizar o programa contra a fome, que parece que será uma prioridade”, disse Murat.
O argumento é de que, enquanto no Brasil a carga tributária sobre o setor é de 34,7%, em países como Inglaterra e México, é zero. Na França é de 5,5% e na Espanha, de 7%. De acordo com Murat, a redução dos impostos permitiria o acesso de mais brasileiros aos alimentos e assim ajudaria a reduzir a fome.
“O governo tem duas soluções: ou emite moeda para distribuir a quem precisa ou reduz impostos”, afirmou.
Com a medida, segundo Murat, a indústria poderia reduzir seus preços de imediato e aumentar a produção com facilidade.
Murat ressaltou, no entanto, que é preciso dosar as coisas. A postura desenvolvimentista do novo governo tem de ser equilibrada para não representar o retorno da inflação, que prejudicaria a renda e, no fim, poria tudo a perder.
O executivo destacou ainda que a redução da carga tributária também seria um estímulo às exportações, segmento considerado estratégico pelas empresas.