Inadimplência aumenta no varejo
As vendas de itens de baixo valor agregado sustentaram a movimentação do varejo ao longo da primeira quinzena de maio. Os números consolidados pelo Instituto Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), mostram que na quinzena, comparada com o mesmo período do ano passado, houve alta de 6,4% nas consultas do UseCheque, que mede as vendas à vista, ou seja, as que teoricamente possuem menor valor agregado. Na mesma comparação, o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), termômetro das vendas a prazo, teve alta de 4,5%.
Segundo a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), os números mostram também que, apesar do Dia das Mães registrar aumento de 1,6% no volume de vendas, o valor dessas transações foi baixo. Segundo o economista do Instituto Gastão Vidigal, Emílio Alfieri, os fatores macroeconômicos que poderiam elevar o valor das vendas foram vencidos pelo frio. “Ainda que a massa salarial tenha aumentado, os juros apresentem queda e os prazos oferecidos pelo varejo estejam alongando, o frio iniciado em maio desperta no consumidor a necessidade de comprar vestuário, que são itens mais baratos”, disse Alfieri.
Para o presidente da ACSP, Alencar Burti, os números correspondem às expectativas da quinzena. “Além dos fatores macroeconômicos, a queda do dólar deve estimular as vendas de vestuários e eletroeletrônicos, porém pode gerar desemprego nas indústrias nacionais, afetando futuramente a inadimplência”, analisou.
O estudo mostra alta na inadimplência. Pelos dados do departamento de economia da ACSP, o número de registros recebidos, ou seja, de novos inadimplentes somados ao sistema de proteção ao crédito, teve crescimento de 3,1% em relação à primeira quinzena de maio de 2006. Na mesma comparação, o número de registros cancelados – pessoas que deixaram de ser inadimplentes –, cresceu menos: 2,4%.