Nesta segunda-feira, 29/06, Dia de São Pedro (santo celebrado em junho e conhecido por fazer chover), o Impostômetro ultrapassou a marca de R$ 1 trilhão em tributos pagos pelos brasileiros. Neste ano, o valor foi alcançado 11 dias mais cedo do que em 2014, o que significa que o contribuinte está pagando mais impostos.
Para chamar atenção dos guarulhenses à excessiva carga tributária, a ACE-Guarulhos promoveu o ato ‘Arraiá do Trilhão’, em sua sede, no Bom Clima. Com o tema “São Pedro… Socorro! Tá chovendo imposto”, os contribuintes puderam acompanhar em tempo real, no painel do Impostômetro, a virada do trilhão, que ocorreu às 12h20.
“A iniciativa foi feita em conjunto com a Facesp [Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo] e a festa junina aqui na frente do painel tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre o tema”, explicou o presidente da ACE-Guarulhos, Jorge Taiar.
A mobilização teve música típica, pipoca e uma exposição de produtos utilizados nas festas juninas com o respectivo percentual de tributos que incidem sobre eles. “Esse trilhão de impostos arrecadados vem do bolso de todos os brasileiros, de todas as partes do país. Por isso, precisamos nos unir nesta luta por uma tributação mais justa e equânime”, afirmou o presidente da Facesp, Alencar Burti, que participou de ato semelhante realizado na Capital.
Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) indica que o Brasil fechará o ano de 2015 com arrecadação próxima dos R$ 2,07 trilhões, um crescimento nominal de aproximadamente 5,8% sobre 2014.
“A ACE-Guarulhos não é contra a arrecadação de impostos. O governo precisa de recursos para cumprir suas funções e a forma de obtê-los é com a tributação. O problema é o quanto se arrecada e como se gastam os recursos”, apontou Jorge Taiar.
O que dá para fazer
De acordo com o IBPT, esse valor é suficiente para construir mais de 45 milhões de casas populares de 40 m², implantar 80 milhões de salas de aula equipadas, asfaltar mais de 900 mil quilômetros de estradas ou garantir o fornecimento de medicamentos à população brasileira por mais de 400 meses.
Se o valor arrecadado fosse convertido em notas de R$ 1, seria possível empilhá-las na altura de 3.333.333 edifícios com 100 andares cada um; preencher a metragem quadrada de 1.443.000 estádios de futebol equivalentes ao Maracanã ou a metragem quadrada de oito cidades do tamanho de São Paulo.
Tributos juninos
Nem nas festas juninas o consumidor escapa, já que é alta a carga tributária embutida no preço dos quitutes da época. Conforme levantamento do IBPT, os itens mais tributados são as bebidas, como o quentão, que tem 61,56% de tributos, o vinho quente (54,73%) e o refrigerante, nas versões lata (46,47%) e garrafa (44,55%).
Também chamam a atenção cargas de produtos típicos como cocada, paçoca, pé de moleque ou amendoim, todos com 36,54% de carga tributária. No caso da pipoca, são 34,99% e, no pinhão, 24,07%.
No caso das roupas típicas, os encargos chegam a 34,67% na camisa xadrez e no vestido, 33,95% no chapéu de palha e 36,17% na bota de caubói. Os fogos de artifício também possuem elevada incidência tributária, de 61,56%.