Imóveis e Caderneta são as preferências dos aplicadores
As incertezas geradas com o processo eleitoral levaram os investidores a buscar proteção para suas aplicações. Esta preferência por investimentos de baixo risco foi potencializada pela alteração das regras na contabilidade dos fundos de investimento de renda fixa que apresentaram perdas atípicas no mês de maio.
A mudança de regras mostrou, pela primeira vez, aos aplicadores que os investimentos de renda fixa podem ter perdas nominais. A queda nas cotas indicou um risco dos títulos públicos que até então era de conhecimento restrito dos profissionais do mercado financeiro.
A partir de então se popularizou a discussão sobre a possibilidade do governo não honrar sua dívida. A corrida para poupança e imóveis foi instântanea. Dependendo do porte do investidor, cada alternativa oferece mais vantagens.
Sendo assim, desde junho até 21 de outubro, a velha caderneta captou R$ 14,3 bilhões enquanto os Fundos DIs sofreram resgates líquidos de R$ 22,5 bilhões. Neste período o ganho da caderneta foi de 2,9% líquido de IR, enquanto os Fundos DIs renderam 4,71%.
A despeito da baixa rentabilidade oferecida, a poupança tem aos seu favor a garantia dos depósitos até R$ 20 mil por CPF. Ou seja, caso o banco tenha algum problema, o aplicador receberá os recursos aplicados até este valor. Na hipótese de uma renegociação da dívida interna que abale a saúde financeira dos bancos, esta garantia é uma tranquilidade para os clientes.
Por se tratar de um bem tangível – tecnicamente denominado ativo real – os imóveis sofreram uma procura bem maior desde agosto, principalmente no segmento de alta renda. Segundo levantamento da revista Dinheiro, ao longo do Plano Real os imóveis mostraram valorização média anual de 5,2% bem inferior as alternativas de renda fixa que proporcionaram ganhos anuais de 16,5%.
Além da valorização do bem, uma forma de incrementar os ganhos com imóveis é através do aluguel. Na cidade de São Paulo por exemplo, o rendimento mensal varia de 0,9% a 1,4% do valor do imóvel.
Dentre os tipos que tendem a mostrar maior valorização no futuro, os especialistas destacam empreendimentos em condomínio que proporcione segurança e outras facilidades de lazer e serviço. Este tipo de imóvel tende a ter um ganho 20% maior que os empreendimentos em lugares isolados.
No entanto há que se considerar que os imóveis têm um risco de crédito que seria o caso do inquilino não pagar o aluguel. Risco similar ao do governo não honrar seus títulos.