Identifique uma nota falsificada e escape do prejuízo
O descaso antes de colocar o troco no bolso pode trazer dor de cabeça – além de prejuízo – e em um caso extremo ser o primeiro passo para um cidadão comum ir parar na cadeia. Apesar de a história ser um tanto exagerada, vale prestar atenção. A observação é, de acordo com as autoridades, a principal arma para quem recebe uma cédula.
Os detalhes que devem ser observados
Quais são as notas e moedas mais falsificadas?
Os falsificadores de dinheiro migraram das notas de valor mais alto para as de menor valor. E além das cédulas de papel, passaram a reproduzir as aparentemente “inofensivas” moedinhas de R$ 1. Por isso, o velho hábito de analisar “dos pés à cabeça” somente notas de R$ 50 ou de R$ 100 é um erro. As pessoas que conferem o troco rapidamente, sem dar bola para os detalhes do dinheiro recebido, pode estar levando “gato por lebre”.
A explicação para a mudança de estratégia dos estelionatários está justamente na maior facilidade para fazê-las circular e na falta de atenção da população com elas.
As nota de R$ 10 e de R$ 5 são as campeãs nesse tipo de fraude. Nem mesmo a nota de polímero, considerada de difícil reprodução, escapou. Entre as moedas, a mais utilizada para a falsificação é a de R$ 0,25, de aço inoxidável. De tamanho praticamente igual à de R$ 1, ela é “lixada” e, uma vez lisa, recebe a cunhagem da moeda de maior valor, no cado a de R$ 1. Normalmente, a falsificada praticamente não tem relevo e pode ser descoberta pelo tato.
O que fazer se pegar dinheiro falso?
O Banco Central alerta que as notas falsas não são trocadas, apenas recolhidas, mas cabe à instituição examinar a autenticidade das notas. Em caso de suspeita, o dinheiro pode ser apresentado para exame, encaminhado por qualquer agência bancária.
Quem for surpreendido por uma nota falsa saída de um caixa eletrônico, deve informar imediatamente o banco. Caso considere necessário, vá à delegacia mais próxima e prestar queixa.
Caso tenha pegado uma nota falsa e percebido que vai ficar no prejuízo, nem pense em tentar passá-la para a frente. Isso porque “quem tentar colocar uma cédula falsa em circulação depois de tomar conhecimento de sua falsidade, mesmo que a tenha recebido de boa fé, pode ser condenado a uma pena de seis meses a dois anos de detenção”, de acordo com o Código Penal brasileiro vigente. Já para o responsável pela falsificação do dinheiro, a pena é substancialmente maior: pode variar de três a 12 anos de reclusão.
Falsificadores “fazem a festa”
De acordo com o departamento do meio circulante do Banco Central, desde o início da era do Real, foram recolhidas mais de 2.362 milhões de cédulas de papel falsas e outras 8.861 mil de polímero (nota de R$ 10 que traz a efígie de Pedro Álvares Cabral), além de 399.905 mil moedas metálicas, a sua maioria de R$ 1. Soltas pelas ruas, há falsificações de qualidade artesanal, como uma simples cópia colorida obtida a partir de uma original. Nesse caso, a visualização é pouco complicada. Por outro lado, há “réplicas” quase perfeitas. Ainda assim, a atenção costuma ser suficiente para escapar de prejuízo.
No caso das notas de valor mais alto, como as de R$ 50 e R$ 100, uma das técnicas mais comuns por parte dos falsificadores é a utilização de cédulas de R$ 1, que após um “banho químico” têm a sua tinta retirada e voltam a ser papel branco. Com ele em mãos, os falsificadores imprimem as notas de valor mais alto.
As primeiras notas de real impressas em 1994 (R$ 1, 5, 10, 50 e 100), tinham todas como marca d´água a efígie da República. Como as menores estavam sendo utilizadas para a falsificação das maiores, o Banco Central passou a adotar para as de R$ 1, 5 e 10 a marca d´água da bandeira nacional, dificultando a ação dos criminosos.
O comerciante Sérgio Lourenço, conta que a incidência de notas falsas se dá em “lotes”, de tempos em tempos.
“O que acontece, é que há o derramamento em uma determinada região e quando aparece uma, aparecem várias. Depois, há um tempo de trégua, até vir outro lote”, diz.
Para evitar prejuízo, ele diz ter alertado todos os funcionários, para observarem muito bem o dinheiro antes de levá-lo ao caixa. “A atenção, nesse caso é essencial e o funcionário é uma peça fundamental para que não haja prejuízo”, disse.
Vagner Magalhães