Farmacêuticos mediram a pressão e o peso dos participantes durante evento na Escola Guglielmo Marconi…
O Núcleo de Farmácias, do Projeto Empreender, da ACE (Associação Comercia e Empresarial) e do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), promoveu na quarta-feira, 27, às 21h, palestra proferida pela graduanda em enfermagem Wilza Soares, sobre hipertensão arterial na Escola Guglielmo Marconi, na vila Flórida. O objetivo foi conscientizar os alunos, pais e comunidade em geral sobre os riscos da pressão alta. Farmacêuticos mediram a pressão arterial e o peso de participantes, e foram distribuídas cartilhas do Hipertenso, da Fundação do Coração (Funcor). Esse foi o único evento na cidade alusivo ao Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão (26/4).
Pesquisa “Corações do Brasil” da Sociedade Brasileira de Cardiologia/Funcor, em etapa final, revela para a data comemorativa que 93,5% da população brasileira hipertensa em tratamento não atinge o nível de pressão arterial considerado ideal. A hipertensão arterial, conhecida como pressão alta, é um dos fatores de risco mais preocupantes, pois em 80% dos casos não apresenta sintomas.
As principais causas da hipertensão são o fumo, sedentarismo, obesidade, diabetes, stress, drogas e alcoolismo. Segundo o estudo, não basta tomar remédios. Tem que se mudar o estilo de vida e a alimentação.
Para o cardiologista Dr. Eduardo Gomes Figueiredo, a causa principal da hipertensão é genética. “A pessoa pode ser magra, não fumar, fazer atividades físicas e sofrer de hipertensão, que é uma doença hereditária”, explica. Se o pai e a mãe sofrem de pressão alta, há 50% de chances dos filhos serem hipertensos, segundo Figueiredo, autor do livro “Pressão alta – Assassina Silenciosa” (1999).
Uma pressão arterial considerada ideal para hipertensos não diabéticos é de 140 x 90 mmHg, enquanto que para o paciente diabético é de 130 x 80 mmHg. A maioria dos brasileiros está fora da meta ideal proposta. Mas vale ressaltar que 48,1% da população que tem pressão alta sabe do problema e não faz qualquer tipo de tratamento, sendo que 60% dos homens não se cuidam, enquanto entre as mulheres este índice é de 40%.
DESAFIOS – Maria Ignez Vieira de Oliveira, de 60 anos, do Jardim Santa Francisca, enfrenta com o marido a dificuldade de controlar a pressão. “Basta ficar nervosa que a pressão sobe. Chego a tomar remédio fora de hora para controlar a crise. Mas o maior desafio mesmo é resistir aos alimentos com sal e arrumar tempo para fazer as caminhadas que os médicos indicam, porque tenho que cuidar da casa e dos netos”, afirma. Os dois sofrem de pressão alta há mais de 15 anos e dizem que, até hoje, nenhum médico os orientou a mudar os hábitos alimentares. “Eles só falam para diminuir o sal, nunca dizem quais alimentos já contém o sal, e mesmo assim fica complicado seguir a dieta”, comenta Darli.
RISCOS – O objetivo principal da pesquisa é reduzir a incidência de problemas cardiovasculares, como infarto do miocárdio e derrame cerebral, que são as principais causas de mortes no País.
A Secretaria Municipal de Saúde não programou atividade para o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão.
Marisa Pulsone