Guerra pode comprometer crescimento brasileiro
O provável ataque dos Estados Unidos ao Iraque pode afetar o crescimento da economia brasileira e fazer com que a renda dos trabalhadores tenha o sexto ano consecutivo de queda. Este é o quadro traçado por economistas caso a guerra se prolongue por um período superior a dois meses. O cenário, considerado pouco provável – estrategistas de política internacional que prestam assessoria a bancos brasileiros esperam que o confronto dure no máximo um mês – teria conseqüências desastrosas: o preço do petróleo poderia disparar e o dólar subir mais frente ao real, aumentando a inflação no Brasil.
Os EUA entrariam em recessão, arrastando a economia mundial, e o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceria menos ou ficaria estagnado. Ainda que a guerra seja resolvida em pouco tempo, o confronto tende a adiar a tão esperada recuperação da economia brasileira, dizem analistas. Enquanto não houver solução – pacífica ou não – o clima de pré-guerra continuará mantendo o dólar em alta, retardando a queda dos juros e diminuindo o espaço para o crescimento da economia e a abertura de empregos.
“A conjuntura internacional já estava muito ruim, com a economia americana patinando e pouco dinheiro disponível para países emergentes”, diz Fernando Ribeiro, economista da Funcex. “Com a guerra, que deve ser de curta duração, a recuperação da economia brasileira fica adiada.”