No momento em que se busca uma retomada da economia global, é importante que o município de Guarulhos defina um projeto consistente que mantenha suas taxas de crescimento recentes, com uma qualidade capaz de mantê-lo como um pólo avançado da economia brasileira.
Pelo lado positivo da conjuntura mundial, vemos a consolidação do conhecimento e da inovação, como elementos centrais de grandes arrancadas de desenvolvimento e de atração de novos investimentos. Nos últimos anos vimos o surgimento de segmentos produtivos gigantes – como a Informática e as Telecomunicações – disputando espaço com o binômio Automóvel/Petróleo que dominou a economia no Século 20. Continuamente surgem segmentos de novíssimas tecnologias em rápida ascensão, e em poucos anos teremos um quadro totalmente distinto na matriz tecnológica produtiva das economias mais avançadas.
A tendência atual para alavancar o crescimento econômico baseado na Inovação e na Tecnologia aponta para a criação de ambientes que integrem Empresas, Universidades e Centros de Pesquisa. Os Parques Tecnológicos se disseminam hoje pelo mundo, criando condições favoráveis para um rápido crescimento econômico, gerando empresas capazes de competir mundialmente e estimulam os setores acadêmicos a focar suas pesquisas em novas soluções para a economia.
No Brasil já se criou um consenso sobre esse tema, envolvendo Governo Federal, Governos Estaduais e Instituições de fomento à Ciência e Tecnologia, que vêem nos municípios a instância para a sua operação e governança. Tanto no âmbito Federal como Estadual em São Paulo, foram desenvolvidas Políticas Públicas de apoio financeiro e técnico para projetos consistentes de criação de Parques Tecnológicos.
Guarulhos tem uma forte concentração industrial e logística: somos o 9º maior PIB municipal e 7º parque industrial do Brasil. Estudos recentes do Banco de Dados da AGENDE mostram a solidez de três grandes segmentos de nossa economia: o setor Metal-Mecânico-Elétrico, o Químico-Farmacêutico-Plástico e o de Logística, todos com Valor Adicionado Fiscal na casa dos bilhões de reais. Manter e modernizar este ativo empresarial é fundamental para o ritmo do nosso crescimento, que entre 2002 e 2008 teve um índice real acumulado de 60%.
Em 2008 um estudo feito pelo PGT/ USP a pedido da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Guarulhos e financiado pela FAPESP, indicou resultado favorável à criação do nosso Parque Tecnológico.
Portanto, vemos condições propícias a um esforço conjunto entre Entidades, Instituições de Ensino e Empresas – a ser liderado pelo Poder Público Municipal – para a implantação em curto prazo do Parque Tecnológico de Guarulhos e seu credenciamento junto aos Governos Federal e Estadual, para podermos atrair os investimentos públicos e privados que buscam projetos desta qualidade.
A AGENDE coloca como prioridade as ações que possam convergir para esse objetivo. Nosso Núcleo Acadêmico pode elaborar projetos de alto nível e viabilizar linhas de financiamento; nosso Banco de Dados tem informações e condições de realizar pesquisas para embasar o projeto; temos a Gestão da Incubadora Tecnológica de Guarulhos – em parceria com SEBRAE, Prefeitura, CIESP, ACE e ASEC – onde já funciona o Núcleo do Parque Tecnológico, além de mantermos o Fórum de Desenvolvimento e o CPT como instrumentos de apoio ao projeto.
O momento de avançarmos neste tema é agora, aproveitando o grande consenso entre diversos níveis de Governo. Nossa economia é forte, mas precisa passar por uma requalificação para se adaptar às rápidas mudanças em curso na economia mundial, sob pena de estarmos muito defasados daqui a poucos anos.