Guarulhos busca recursos para combate às enchentes
Na sexta-feira, 19, prefeitos e representantes de 11 cidades que compõem a Associação dos Municípios do Alto Tietê (Amat) participaram de reunião com a secretária estadual de Saneamento e Energia, Dilma Pena, para buscar recursos que viabilizem o atendimento emergencial das famílias vítimas das enchentes.
Aproximadamente R$ 305 milhões de reais, segundo a secretária, serão investidos no desassoreamento e recuperação do rio Tietê, desde a barragem da Penha até Itaquaquecetuba. “Os recursos serão aplicados ainda este ano e a previsão é de que as obras comecem entre março e abril”, ressaltou.
O presidente da Amat, Jorge Abissamra, disse que dos oito piscinões que serão construídos pelo estado, pelo menos três serão na região leste de São Paulo, um deles em Guarulhos. “Os prefeitos vão indicar o local para construção dos reservatórios através de estudo hidrológico e o governo vai executar a obra”, concluiu. No entanto, Abissamra lamentou o não atendimento das demandas emergenciais do município.
Para o secretário de governo Alencar Santana, que representava o prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida, no encontro, os resultados da audiência não foram animadores. “Todas as solicitações apresentadas pelos municípios não foram atendidas; apenas foi apresentado o Plano Diretor de Macrodrenagem que existe há dez anos e até agora não saiu do papel”, afirmou.
A ausência do governador ao encontro também gerou indignação, segundo Alencar. “Não ficou claro por que o governador José Serra não compareceu à reunião. Afinal, havíamos recebido um convite da Casa Civil confirmando a presença do Serra e do secretário Aloysio Nunes Ferreira. É uma pena que nenhum dos dois tenha comparecido ao encontro. A AMAT vai solicitar uma nova reunião com eles”.
As administrações municipais reivindicam entre outras coisas: o desassoreamento do rio, a limpeza dos afluentes, a recuperação das vias e o atendimento das famílias atingidas pelos alagamentos.
Ações emergenciais em Guarulhos – De acordo com o diretor da Defesa Civil, Paulo Victor Novaes, desde o primeiro dia de alagamento, em 7 de dezembro, cerca de 1.200 famílias foram afetadas na cidade. As regiões que mais sofreram com as enchentes são: viela Indaiatuba, no Jardim Laurita; rua Cafelândia, na Vila Izildinha; rua dos Vigilantes, no Jardim Guaracy; e Estrada do Itaim, na Vila Any.
A Prefeitura de Guarulhos organizou um grupo de trabalho com representantes de 12 secretarias municipais para levar serviços emergenciais à população dos bairros mais afetados pelas enchentes. Os serviços disponibilizados por esse comitê são: cadastramento das famílias que residem em área de risco para receber o auxílio aluguel no valor de R$ 300, inscrição no programa Minha Casa, Minha Vida, recolhimento do entulho e do resto de móveis quebrados para impedir que eles sejam levados pela correnteza para o fundo do rio Tietê, limpeza e remoção da lama com caminhão-pipa, doação de cloro e vinagre branco para desinfecção dos utensílios e purificação da água, sinalização e recuperação das vias, bombeamento da água das casas alagadas, doação de roupas, fraldas, sapatos, cobertores, colchões, cestas básicas e distribuição de 700 refeições por dia.
Além disso, profissionais de saúde visitam as comunidades, viabilizando a distribuição de pomadas para tratar doenças de pele, orientando quanto aos riscos de leptospirose e encaminhando as famílias para os postos de saúde. Até as crianças têm atendimento diferenciado no abrigo provisório montado na Escola Municipal Herbert de Souza – Betinho; das 9h às 12 h, professores de educação física e monitores desenvolvem brincadeiras, atividades lúdicas e esportivas para entreter a garotada na quadra da escola.
A Prefeitura também garantiu que as vítimas das enchentes serão contempladas prioritariamente nas unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida.