Grandes empresas reduzem dependência de importados
No ano passado, a indústria reduziu suas importações de bens intermediários em 4%. No segundo semestre, o corte chegou a 16% em relação ao mesmo período de 2000. A queda na aquisição de matérias-primas e peças importadas reflete tanto a desaceleração da economia como uma maior intensidade na troca de fornecedores externos por locais. Por isso, em 2002 a importação tende a crescer em ritmo inferior ao da retomada da produção.
Grandes empresas como Petroflex, TRW, Scania, Volvo, Hewlett Packard, Monsanto e Compaq incrementaram a substituição de importações no ano passado. Entre os 250 maiores importadores do país, 118 reduziram compras no exterior em 2001. Destes, 49 cortaram as importações em mais de 20%.
A Volvo do Brasil aumentou em 8% seu índice de nacionalização no ano passado. A Petroflex decidiu comprar um terço do estireno que consome no mercado interno. A Monsanto vai gastar US$ 150 milhões a menos em matéria-prima importada. A TRW reduziu as importações em 18% e pretender diminuí-las novamente este ano.
Enquanto setores como o têxtil, o automotivo e mesmo o químico ampliaram a substituição de importações, o segmento de telecomunicações também vai manter a redução de compras no exterior, por outro motivo: a queda de 50% nos investimentos previstos para este ano.
Sondagem realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que a indústria de transformação deve importar 2% menos do que no quarto trimestre de 2001. Naquele período, a intenção de reduzir as compras no exterior chegou a 13%.