Levantamento feito pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica mostra queda de 30% nas unidades gráficas de São Paulo, com redução de 34% nos postos de trabalho.
Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Estudos Econômicos e Estatísticas da Abigraf (Decon) sobre o setor gráfico no período de 1985 a 2002 revelou que houve a evasão de empresas gráficas tradicionais de médio e grande porte da capital para os municípios vizinhos, devido à atratividade do ISS.
Houve queda de mais de 30% de unidades gráficas na capital, em razão de conseqüentes alterações nas alíquotas de ISS (Imposto sobre Serviços) dos municípios vizinhos, trazendo como conseqüência uma redução de 34% nos postos de trabalho na cidade de São Paulo. Em contrapartida, no mesmo período, houve um crescimento de 55% nos postos de trabalho nos municípios circunvizinhos, o que se deduz que as grandes empresas que se evadiram da capital, acabaram por retirar a qualidade do emprego do setor gráfico paulistano.
Alfried Plöger, presidente da Abigraf São Paulo – Associação Brasileira da Indústria Gráfica – explica que as grandes e médias empresas saíram da área metropolitana, mas optaram por permanecer em áreas circunvizinhas, como Guarulhos, São Bernardo, Barueri e outras, para continuar atendendo o mercado paulistano sem alterar seu custo.
O estudo constatou ainda que a guerra fiscal entre os municípios vizinhos à capital, ocasionou no setor gráfico significativa migração de gráficas para as cidades com alíquotas de ISS mais atrativas. Num comparativo quantitativo entre as gráficas da capital e dos outros municípios vizinhos, nos períodos de 1985 até 2002, verificou-se alto índice de correlação na variação do número de estabelecimentos e empregados entre os municípios, principalmente nas empresas de médio porte (acima de 49 empregados).
Enquanto o número de estabelecimentos gráficos da capital cresceu 31%, ou seja, saiu do patamar de 1741 empresas para 2285 no período de 1985 a 2002, nas cidades vizinhas este número totalizou crescimento 177%, saindo de 329 para 912 empresas atuantes dentro do setor gráfico nestas cidades. Analisando sob a ótica o número de empregos, os dados são mais contundentes: enquanto na capital paulista o número de empregados caiu 34%, ou seja, saiu de 56.264 empregos diretos em 1985 para 37.358 em 2002, nas demais cidades da região metropolitana, o número de empregos no setor gráfico cresceu 54% saindo de 12.828 empregados para 19.803 no mesmo período.