O Banco Central e a Casa da Moeda estudam aposentar os sete animais que estampam o reverso das cédulas do real. A idéia é adotar um novo tema para as notas, o que daria a sensação de “página virada” na história da moeda criada em 1994 e que marcou a era FHC. Outro objetivo é aprimorar a tecnologia do dinheiro, dificultando a falsificação. A onça pintada (animal em extinção) da nota de R$ 50 é a primeira na mira das mudanças. O novo dinheiro deve estrear só a partir de 2005.
“Vamos fazer um estudo minucioso ao longo de 2004 para confeccionar a nova família do real, que vai envolver também as seis moedas. Tudo pode mudar: as figuras, o tamanho, o papel, os elementos de segurança”, afirmou à Folha Online o chefe-adjunto do Departamento de Meio Circulante do BC, Luiz Henrique de Almeida.
Ele disse que uma equipe vai pesquisar novidades nessa área em outros países. Também não está descartada a contratação de uma empresa especializada para auxiliar no trabalho nem a realização de um concurso para ouvir as sugestões do público sobre os novos visuais. Há o precedente da pesquisa do BC feita em 2001 que escolheu o mico-leão-dourado para estampar a nota de R$ 100 e a tartaruga marinha para a de R$ 2.
Sem pressa
Almeida explica que a nota de R$ 50 foi a escolhida para ser a primeira a sofrer alterações por se tratar da cédula de maior valor com a maior circulação. A de R$ 100 é só a de maior valor da família, com bem menos notas na praça.
Segundo ele, o projeto do novo dinheiro, ainda sem um cronograma bem definido, será desenvolvido com mais cuidado e por mais tempo – uma situação diferente da primeira série de cédulas e moedas do real.
Com 24 anos de atuação no Departamento de Meio Circulante, Almeida lembra que a primeira família do real foi concebida em 94 “de uma só vez, de forma rápida, em tempo recorde” devido à urgência para o lançamento do plano econômico.
Na sua avalição, isso ajuda a explicar o fato de que as cédulas do real apresentarem o mesmo tamanho e todas trazerem a efígie simbólica da República no verso. Ou seja, sem muitos elementos de diferenciação entre as cédulas.
Sérgio Ripardo