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Governo quer mexer na fórmula da gasolina

O governo já estuda reduzir a mistura do álcool na gasolina como forma de pressionar a queda dos preços do produto e, de quebra, aumentar a oferta de açúcar no mercado nacional. Só este ano, o preço do álcool nas usinas já subiu cerca de 60%. Segundo o secretário de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, Pedro Camargo, a mistura do álcool à gasolina está em 26% e poderia ser reduzida para até 20%.

A oferta maior de álcool no país poderá fazer as usinas preferirem produzir mais açúcar, provocando a redução também nos preços do produto. De janeiro até outubro, a tonelada do açúcar passou de US$ 130 para US$ 160 (23%). Nos supermercados, o preço do quilo do produto subiu 64,5% desde agosto.

A medida poderia não apenas fazer caírem os preços do álcool no mercado, mas também da própria gasolina ” afirmou um técnico da equipe econômica.

O impacto da redução da demanda por álcool sobre o preço do açúcar depende, ainda, do dólar. Isso porque os preços do açúcar são corrigidos pelo mercado internacional e estão sendo pressionados pelo câmbio.

” O grande vilão dos aumentos é o dólar, que tem influência sobre os preços nos mercados internacional e nacional ” disse Camargo.

Ele afirmou que seria ideal que o governo tivesse estoques para regular o mercado sempre que os preços estivessem muito altos. Mas, segundo Camargo, os recursos para a compra do álcool, que teriam que vir da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), ainda não puderam ser usados pelo Ministério da Agricultura.

Marta Beck, Aguinaldo Novo e Ledice Araújo

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