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Governo aposta no turismo

Guarulhos, 24 de janeiro de 2003

O turismo pode superar a soja como responsável pelo maior ingresso de divisas no Brasil, se for bem sucedida a meta do governo, de dobrar as receitas com o setor, em quatro anos, declarou ao Valor o Ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia. “Nos últimos três anos, o ingresso de divisas provocado pelo turismo foi de US$ 4,5 bilhões e consideramos perfeitamente possível chegar a US$ 9 bilhões, o que é nossa meta', disse o ministro, que começa nesta sexta 24 de janeiro a dar posse a seus principais assessores, com a nomeação do presidente da Embratur – Instituto Brasileiro do Turismo , Eduardo Sanovicz.

Com Sanovicz, Mares Guia diz que uma das prioridades do ministério é o aperfeiçoamento das estatísticas que envolvem o turismo no Brasil, que ambos pretendem transformar em uma das ferramentas gerenciais do ministério. “O turismo é uma atividade que recebe e tem condições de receber muito mais investimentos', comentou, para o Valor, o novo presidente da Embratur. “Mas esses investimentos dependem de um processo decisório que exige mais dados do que os disponíveis', diz.

O ministério pretende aperfeiçoar as estatísticas sobre turismo, para fornecer avaliações mais exatas sobre os mercados existentes, os custos atuais dos empreendimentos, as parcerias possíveis e os potenciais de futuras iniciativas do setor nas diversas regiões do Brasil. “Precisamos informar o ambiente econômico, para facilitar a tomada de decisões', resume Sanovicz.

A atração de investimentos privados, de empresas como as grandes cadeias hoteleiras, será usada pelo ministério como instrumento na política nacional de turismo, que Mares Guia pretende divulgar em abril. O ministério terá, além da Embratur, duas secretarias, uma delas a Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, que terá, entre suas atribuições, a coordenação dos grandes programas de financiamento do ministério. Será chefiada por Maria Luiza Leal, hoje secretária interina da Secretaria de Produção, do MInistério do Desenvolvimento. A outra secretaria será encarregada da política nacional para o setor.

A existência de linhas de financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), nos projetos reunidos sob a sigla Prodetur, deixam o ministro confortável em relação ao orçamento – cujos detalhes ele ainda não conhece. “O orçamento está ótimo; será mantido o da Embratur e terei uma verba para o restante do ministério, que não precisa ser grande', afirma o ministro. “Meu trabalho é coordenação: não vou construir prédios nem estradas, mas vou criar condições para os financiamentos adequados, garantir que o turismo seja tratado como prioridade de desenvolvimento na Camex, no Proex, no BNDES', diz Mares Guia.