Fim do racionamento fará a indústria crescer
O Indicador do Nível de Atividade (INA) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) manteve-se estável em fevereiro em relação a janeiro, mas a entidade prevê crescimento para o mês de março.
De acordo com a diretora de pesquisas e estudos econômicos da Fiesp, Clarice Messer, a projeção interna do indicador está pronta, mas não foi divulgada. Baseada neste número, a Fiesp prevê que o INA dos doze meses encerrados em março será de 0,2% ante a projeção de fevereiro, de 1% negativo.
Segundo ela, o crescimento de 0,1% no INA de fevereiro ante janeiro foi devido ao fim do racionamento esperado pelas indústrias eletrointensivas. Os setores de química e papel e papelão, que têm alto consumo de energia, se anteciparam ao fim do racionamento e aumentaram a produção já em fevereiro.
O setor químico cresceu 0,8% e acumulou alta de 1,5% no bimestre em relação ao mesmo período de 2001. Papel e papelão teve resultado positivo de 1,5% ante janeiro e 5% no acumulado dos dois primeiros meses.
O setor de bens duráveis puxou a queda na utilização da capacidade instalada, segundo a Fiesp. A fraca demanda do setor é resultado dos problemas da política de crédito, juros altos e pouca diversidade nas modalidades de financiamento, disse.
O nível de utilização da capacidade instalada diminui de 81,4% em fevereiro de 2001 para 79,9% neste ano. Em relação a fevereiro do ano passado, o setor de materiais elétricos e de comunicações caiu 9,6 pontos percentuais e registrou 72,7% de uso. O mobiliário, 3,4 pontos, atingindo a marca de 75,5%. E materiais de transporte chegou a 82,1%, caindo 2,6 pontos.
Clarice esclareceu que só o fim do racionamento não será suficiente para manter a produção. Será preciso substituir importações, aumentar exportações e elevar a demanda, afirmou.
Não há indicações de que o setor de bens duráveis cresça ao longo do ano, disse. Para 2002, a Fiesp espera crescimento de 2,5% na atividade industrial paulista. “Se houver aumento da demanda”, ressaltou.